Massa diz que dinheiro é causa da má fase da Sauber

O fraco rendimento da Sauber no GP do Brasil já era esperado e a equipe dificilmente conseguirá reagir nas últimas duas etapas da temporada. Na avaliação de Felipe Massa, que já não contava mesmo com um grande resultado em Interlagos, a saída de um patrocinador importante no final do ano passado está cobrando a conta nesta fase do campeonato.

“A perda da Red Bull foi um golpe forte para a Sauber. Nosso carro tem sido o mesmo de seis corridas para cá porque não há dinheiro para o desenvolvimento do C24. O orçamento limitado tem feito uma grande diferença. A Toyota, por exemplo, estava com um carro muito ruim nos testes de inverno. Mas a equipe tem tanta verba que praticamente construiu um novo, muito melhor. Na Sauber, isso seria impossível”, analisa Massa, que viaja nesta sexta-feira para o Japão, onde a penúltima etapa do calendário será disputada dia 9 de outubro.

Apesar das dificuldades financeiras atravessadas pela Sauber, que deixa de existir no final do campeonato e se transformará na equipe oficial da BMW, Massa acredita que poderia estar somando bem mais que os atuais oito pontos se não fosse derrotado pela falta de sorte em pelo menos quatro oportunidades. Na sua contabilidade própria, estaria não em 14º, mas disputando o 12º lugar com David Coulthard, que tem 21 pontos.

“Em Ímola, o carro estava ótimo, seria o 8º no grid, mas perdi 10 posições por troca de motor. Um pouco depois, em Mônaco, levei um toque do próprio companheiro que me tirou da corrida. Em Nurburgring, o problema foi com os pneus. E na Bélgica, onde eu estava em 4º, arriscamos uma mudança de pneus que não funcionou. Somando tudo, são vários pontos que deixei de marcar”, relembra.

Massa participou nesta semana do programa “Linha de Chegada”, do SporTv. Perguntado sobre as possibilidades de sucesso do heptacampeão mundial de motociclismo Valentino Rossi na Fórmula 1, disse que o gênio das duas rodas precisaria passar por um período de adaptação. “É evidente que ele tem o talento para a velocidade, mas precisaria apagar o motociclismo da cabeça e passar um ano como piloto de testes. Ele não tem a experiência de outras categorias do automobilismo, e isso é muito importante e faz falta. A Fórmula 1 é difícil principalmente em relação ao acerto do carro. Você tem de andar rápido desde o início, até mesmo em pistas onde nunca correu. O Villeneuve, que foi campeão mundial e ficou dois anos fora, apanhou bastante no começo do campeonato, porque era sempre lento na sexta-feira.”