Depois do anúncio de que a FIA vai mudar seu sistema de fiscalização sobre o tamanho dos pneus dianteiros nos finais de semana de GP — vai passar a averiguá-los depois das corridas e não antes, como tem feito —, a Michelin emitiu uma nota nesta sexta-feira (29) discordando da decisão e afirmou que seus parceiros podem não dar o ar da graça no GP da Itália, próxima etapa do campeonato, onde começa a vigorar a nova regra. “É possível que os cinco times sequer apareçam em Monza”, disse o diretor-esportivo Pierre Dupasquier.
A Michelin explica que não tem como fabricar um pneu novo para adaptar a essas condições em apenas 15 dias, sem que eles vão a testes. “Nossas parceiras teriam de gastar muito sem ter a garantia de que não seriam desclassificadas”, continuou Dupasquier, que deixou a decisão na mão de Williams, McLaren, Renault, Jaguar e Toyota.
Isso não significa que a Michelin esteja fabricando pneus com dimensões menores ou que estaria fora do regulamento. Acontece que há um limite de desgaste dos pneus dianteiros, de 27 mm, que a fábrica alega utilizá-lo ao máximo e que, poderia ser naturalmente ultrapassado, dependendo das condições da corrida. A Bridgestone, depois do GP da Hungria, alegou que os compostos da rival estariam menores do que o permitido, solicitando à FIA dar seu parecer na questão. Dupasquier desconfia das ações. “Construir um pneu dois milímetros menor não quer dizer absolutamente nada em desempenho. Acho que há alguma outra razão nisso tudo”, finalizou o francês.
A Michelin tem vantagem sobre a rival tanto no número de vitórias quanto no de poles — sete a seis contra a Bridgestone. Além disso, tem se mostrado muito melhor nas últimas corridas na Europa, onde tem feito calor demasiado.