Por Giovanni Romão
A opinião de um tetracampeão mundial, por mais falastrão que seja, deve sempre ser levada em consideração, nem que seja por um simples parâmetro de crítica. Além de ter chegado aos quatro títulos na Fórmula 1, Alain Prost carrega ainda experiências de ter dividido espaço com pilotos rápidos e arrojados dentro de um mesmo time, como 88 e 89, ao lado de Ayrton Senna, na McLaren.
Nesta mesma equipe inglesa, que não mudou nem de chefe, continua sendo o carrancudo Ron Dennis, a situação parece estar se repetindo, praticamente 19 anos depois. O bicampeão mundial Fernando Alonso chega ao time com toda fama e estrelato, mas depara-se com um jovem novato com pinta de campeão. Em 1988, Prost era bicampeão, assim como Fernando Alonso; A única diferença está no companheiro de equipe, já que Senna não estreava na categoria e era uma aposta concreta de Woking. Hamilton, apesar de ser uma certeza para os dirigentes ingleses, ainda gerava desconfiança no público e imprensa, e até no próprio Dennis só foi optar pelo “garoto” como titular nos últimos momentos.
São momentos diferentes, situações distintas, mas com coincidências nada bem marcantes. “Hoje o fator humano é muito forte. É tudo psicológico. Alonso vai aprender muito com esta situação e vai crescer no futuro”, afirma Prost. “Os dois pilotos (Hamilton e Alonso) estão separados por apenas três anos. Alonso já percebeu que não é o único na família (McLaren)”, completa.
O francês não esconde a surpresa e admiração pelo novato inglês Lewis Hamilton, mas não deposita tanta confiança no piloto. “Ele é consistente e rápido e ainda não cometeu erros, mas ele é jovem e algo pode acontecer”, deixa no ar tetracampeão.
Seja na época de Senna e Prost, ou nos duelos entre Hamilton e Alonso, que estão apenas começando; a única coisa concreta é que a Fórmula 1 agradece os ânimos exaltados entre os companheiro de equipe, sempre responsável por grande disputas, seja ela na pista ou no psicológico.