Roger Penske estaria negociando compra da Jordan

A Jordan hoje não é nem de longe a equipe que em 99, com Damom Hill e Heinz Harald Frentzen, conquistou o terceiro lugar no mundial de construtores. Nesta temporada recém terminada, como em 99 (Frentzen, GP da França), obteve uma vitória, com Giancarlo Fisichella, no GP do Brasil, só que terminou apenas à frente da Minardi, na penúltima colocação na tabela de construtores.

A parte técnica está totalmente ligada aos problemas financeiros e administrativos. Hoje estima-se uma dívida de mais de 40 milhões de dólares, perdendo apenas para BAR, que tem um caixa negativo em mais do dobro deste valor. Por isso mesmo Eddie Jordan vem considerando de forma mais séria e urgente a venda de sua parte na equipe, sob o risco de não entrar na pista em 2004. No início de outubro ele anunciou a comercialização de 49,9% das ações para uma financeira de nome Merrion Capital, o que se fala é que este dinheiro nem entrou na conta da equipe, eram dívidas antigas e parte da grana foi para outros sócios que abandonaram o barco.

Agora, nos EUA surge uma notícia de que Roger Penske, um dos homens mais respeitados no automobilismo norte americano e no campo dos negócios, estaria à frente de um grupo, interessado em comprar a parte de Eddie Jordan. O projeto teria também total apoio de Tony George o dono do Autódromo de Indianápolis e promotor do GP dos Estados Unidos. Penske, atualmente com uma equipe na IRL, teria motores da Mercedes, já que é sócio da Illmor, empresa que faz a preparação e desenvolvimento dos propulsores para McLaren.

Esta história de Mercedes na Jordan é antiga. A equipe em 2002 foi obrigada fechar um acordo com a Ford devido à perda da Honda, que passou a ser exclusiva da BAR. Depois disto sempre tem conversado com a fábrica alemã, para ter seus propulsores, como faz hoje a Sauber com a Ferrari.

Roger não colocaria quase que nenhum dinheiro na possível compra, seria apenas o cabeça do negócio e o encarregado de montar a parte técnica e estrutural, além de ser o nome de respeito para patrocinadores, a grande maioria viria dos EUA. Este seria o primeiro passo para a formação de uma equipe norte-americana, um antigo desejo de Bernie Ecclestone para alavancar a Fórmula 1, no país.

As negociações ainda estão no inicio, o fator negativo agora, são as dívidas da Jordan, ninguém sabe precisar o montante. Uma auditoria está sendo encomendada pelo grupo de Roger Penske, mas o pouco tempo para organizar uma estrutura dentro e fora da pista, depois do negócio fechado, é o que pesa neste momento.

Caso a negociação seja concluída, Gil de Ferran seria um dos pilotos da nova Jordan, que poderia se chamar no primeiro ano Jordan/Penske. O nome dele encabeça a lista, Gil procurado pelo site no sábado, reservado como sempre, e no meio de um churrasco em Miami, com sua família e de Helio Castroneves, não quis falar sobre o assunto: “No

momento tenho muitas possibilidades, várias portas estão abertas e não sei nada sobre este projeto”, comentou o piloto.

Na semana passada chegou-se a falar no nome do brasileiro na equipe, mas com apoio da Petrobras, empresa que já esteve ligada a escuderia com patrocínio e fornecimento de lubrificantes, só que hoje a estatal brasileira está mais interessada em continuar como parceira da Williams: “Hoje seria difícil qualquer coisa envolvendo a Jordan, uma equipe que terminou a temporada com baixo rendimento,” afirma uma alta fonte da Petrobras.

Geraldo Rodrigues, ex-empresário de Rubens Barrichello, e agora administrando parte da carreira de Gil de Ferran, não descarta a possibilidade do ex-piloto da IRL voltar a correr: “O Gil está muito novo para parar de correr, por isso gosto de dizer que ele encerrou a carreira na IRL, na sexta-feira mesmo falamos por muito tempo no telefone, as opções são muitas, mas não foi dito nada sobre Jordan e Penske,” comentou Rodrigues.

Caso a negociação não evolua, Eddie Jordan teria um plano B, a venda da equipe para uma montadora, podendo ser Volkswagen, mas esta possibilidade seria para 2005. A dúvida é se ele teria combustível financeiro, para atravessar mais um ano atolado em dívidas em sem resultados na pista.

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