Até Ferrari é dependente do cigarro, diz Ecclestone

A Fórmula 1 é tão dependente do dinheiro das fabricantes de cigarro que mesmo uma grande equipe como a Ferrari teria problemas sem essa ajuda, disse Bernie Ecclestone, homem forte da categoria.

“Se nós perdermos o patrocínio do tabaco, a Fórmula 1 terá uma queda”, disse o grande empresário da categoria ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) de domingo. “As pessoas não percebem como isso seria ruim”.

A União Européia deve ampliar a proibição de propagandas de tabaco em rádios, jornais e na Internet no próximo ano, e também está proibindo as propagandas de cigarro em competições esportivas de âmbito internacional.

Metade das equipes da Fórmula 1 são patrocinadas por companhias de cigarro e a Ferrari tem acordo com a gigante norte-americana Philip Morris.

Ecclestone disse que a equipe italiana, atual campeã mundial, não seria tão competitiva se perdesse o dinheiro do cigarro. “Então eles teriam que abandonar o túnel de vento ou uma de suas pistas de teste, e ficariam no mesmo nível de uma equipe como a BAR. Aí poderemos ver os executivos da Ferrari querendo sair antes de começarem a perder”.

O piloto da McLaren Kimi Raikkonen foi mais uma vez citado pelo cartola como o seu favorito para a temporada de 2004, que começa no próximo final de semana em Melbourne, mas também lembrou que Michael Schumacher não pode ser descartado.

“Você não deve cortar Michael Schumacher”, disse Ecclestone. “Seria ingenuidade pensar que a Ferrari e a Bridgestone (fabricante de pneus) esqueceram como montar um carro rápido”.

Ecclestone disse acreditar que o finlandês Raikkonen tem potencial para se tornar um grande piloto, mas que ainda precisa responder às expectativas. “Ninguém nasce uma estrela. Você amadurece para se tornar uma. Dêem tempo a ele”.