O colombiano Juan Pablo Montoya abandonou uma entrevista coletiva pré-Grande Prêmio da Austrália na quarta-feira após ter caído em uma brincadeira de um programa de sátira esportiva. A polêmica causou ainda mal-estar com patrocinadores do evento.
Um dos favoritos ao título pela Williams no campeonato que começa no domingo, Montoya não gostou da intervenção dos “repórteres” do programa do Canal Sete.
Confuso com uma pergunta estranha e outra sem sentido, o piloto da Williams ficou sentado de boca aberta quando o “repórter” se levantou para atender a um telefonema.
Quando um segundo “repórter” levantou-se para falar ao telefone, depois que o primeiro saiu da sala, a paciência de Montoya acabou. “Ou ele pára, ou eu vou embora”, disse.
A ameaça se transformou em realidade quando o “repórter” continuou falando, pedindo para o piloto jogar golfe com sua mãe.
Montoya, que venceu duas corridas no ano passado, recusou-se a voltar à sala e foi embora depois de uma pequena discussão.
O colombiano, que irá para a McLaren no final da temporada, seria o convidado de honra do dia organizado pelo patrocinador da equipe, a Allianz.
Sua programação incluiria levar uma celebridade para uma volta no circuito, após uma tarde com clientes importantes da empresa de seguro. Mas isso não aconteceu.
“Acho que Juan não gostou do senso de humor australiano”, disse o gerente-geral da Allianz Austrália, Greg Fisher. “Temos muitos clientes corporativos importantes e isso arruinou o dia para eles”.
“É parte da TV, acho, mas Juan não gostou do senso de humor e, dá para entender, decidiu encerrar a entrevista coletiva em vez de fazer qualquer comentário constrangedor”.
Antes da interrupção, o piloto de 28 anos de idade falou sobre a temporada e sobre suas chances de ganhar o título, que quase levou no ano passado.
“Quando chega a sua hora, é sua hora, e não era para acontecer”, disse ele sobre a terceira colocação em 2003, após a disputa com Michael Schumacher, da Ferrari, e Kimi Raikkonen, da McLaren.
Montoya disse que a “pergunta de um milhão de dólares” é sobre o desempenho da nova Williams, de visual radical, após milhares de quilômetros de testes para ver a confiabilidade.
“Acho que a Ferrari será forte de novo, como todos os anos”, disse o colombiano. “Sua confiabilidade sempre foi muito impressionante, principalmente do carro de Michael, e acho que serão tão confiáveis quanto nós. Nosso carro está a um grande passo adiante para o próximo ano”, completou.
“Acho que se eles forem mais rápidos que nós na primeira corrida não significa que vão ganhar o campeonato. Acho que se ganharmos a primeira corrida, não significa o fim. É uma longa temporada, temos duas corridas a mais e a consistência na pontuação será uma das chaves”.