Por André Spigariol
Teve de tudo na segunda vitória de Daniel Ricciardo na temporada: chuva, batidas, Safety Car, disputas emocionantes, Mercedes com problemas. O australiano venceu neste domingo (27) o Grande Prêmio da Hungria, disputado no circuito de Hungaroring. Com duas ultrapassagens a apenas duas voltas do final, o australiano deixou Alonso e Hamilton para trás apenas, completando o pódio. O líder do campeonato continua sendo Nico Rosberg, que foi o quarto.
Felipe Massa se enrolou todo com estratégias e compostos de pneus, em uma corrida que começou molhada e com pneus intermediários. O brasileiro chegou a brigar pela liderança, mas acabou a prova apenas em quinto, mas à frente de seu companheiro Valtteri Bottas, que foi apenas o oitavo, atrás de Vettel e Raikkonen. Jean-Éric Vergne e Jenson Button completaram o top-10, ambos com corrida bastante discreta.
A corrida foi marcada também por fortes batidas que provocaram a entrada do Safety Car e foram ocasionadas pela pista escorregadia: Ericsson, Grosjean e Pérez foram os três que saíram da prova por baterm forte.
Como foi a corrida na Hungria:
Logo antes da corrida, uma forte chuva caiu sobre o circuito de Hungaroring e encharcou boa parte do circuito. Como resultado, todos os pilotos preferiram partir para a prova com pneus intermediários, apesar de alguns setores estarem secos no momento da largada.
Quando foi dada a bandeira verde, Rosberg manteve a liderança e sofreu ataque de Bottas, que quase mordeu a liderança. Por fora, Alonso pulou para terceiro, mas perdeu a posição logo em seguida para Vettel. Massa caiu para oitavo. Enquanto isso, Hamilton, que largou dos boxes, foi surpreendido por seus freios frios e perdeu o controle do carro no miolo da pista, acertando de leve o muro. Tudo bem com o inglês, que voltou para a pista.
Apenas na segunda volta, com a pressão de Vettel, Bottas já tinha ficado longe de Rosberg, que aprendeu bem a receita para vencer de ponta a ponta e já tinha quatro segundos de vantagem. Na quinta passagem, estes eram os dez primeiros: Rosberg, Bottas, Vettel, Alonso, Button, Ricciardo, Hulkenberg, Massa, Vergne, Perez.
Com sete voltas, muitos pilotos já buscavam os trechos molhados da pista, buscando salvar os pneus intermediários por mais algum tempo. Pelo rádio, as equipes avisavam que poderia chover de novo em breve. Enquanto isso, Hamilton vinha ganhando espaço (inclusive fazendo as curvas na área de escape) e já era 13º, ao ultrapassar Raikkonen.
Com tantos pilotos passeando fora da pista, uma hora alguém iria bater. A hora chegou para Ericsson, que perdeu a traseira da Caterham e, quando tentou corrigir, perdeu a dianteira e foi direto para o muro, batendo forte e de frente. Tudo bem com o piloto, mas Safety Car na pista e logo se armou um salseiro no pitlane, com todo mundo indo para colocar pneus para pista seca. Todo mundo menos a McLaren, que apostou em seguir com intermediários esperando a chuva.
E quando o Safety Car ia voltar para os boxes, Grosjean perdeu o controle, em baixa velocidade mesmo, no mesmo ponto em que batera Ericsson. E, novidade, o francês bateu, impedindo o carro de segurança de voltar. A relargada de fato veio na volta 13. E de repente a corrida ficou interessante, porque, fora a inversão completa das posições nos boxes, a Mercedes de Rosberg tinha problemas de freio e ia ficando para trás.
Os primeiros eram estes na volta 15: Ricciardo, Massa, Alonso, Vergne, Rosberg, Vettel, Hamilton, Pérez, Bottas e Gutiérrez. Por todos os setores da pista, as disputas de posição se multiplicavam, enquanto que a McLaren teve de recolher os dois carros para os boxes para colocar pneus de pista seca.
Quando chegávamos à 20ª passagem, o pega do momento era Hamilton contra Vettel: o inglês tentava de tudo para passar, mas os pontos de ultrapassagem ainda estavam úmidos, o que impedia a manobra. Lá na frente, Massa ia sustentando uma pequena margem à frente de Fernando Alonso.
Pérez, que vinha quieto, sem incomodar ninguém, arrumou uma batida forte na saída da última curva, quando foi na parte de grama artificial da área de escape molhada e perdeu completamente o controle do carro, indo direto para o muro da reta dos boxes. Safety car na pista e Ricciardo, Massa e Bottas foram para os boxes para trocar pneus. O australiano foi de pneus macios, enquanto a dupla da Williams saiu dos pits com compostos médios, para tentar ir até o final da corrida.
A relargada aconteceu na volta 27, puxada pela Ferrari de Alonso na liderança, com a surpreendente Toro Rosso de Vergne na segunda colocação, pressionado por Rosberg. Na 30ª passagem, os dez primeiros eram: Alonso, Vergne, Rosberg, Vettel, Hamilton, Ricciardo, Massa, Gutierrez, Raikkonen, Sutil.
Com 33 voltas, já era hora da segunda rodada de pitstops começar: o primeiro foi Rosberg. Enquanto isso, na pista, Vettel cometeu o mesmo erro de Pérez, mas teve mais sorte que o mexicano: rodou e não bateu, apenas encostou as rodas no muro e continuou na pista.
Mais à frente, Hamilton ia dando show a conseguiu a ultrapassagem sobre Ricciardo para ganhar a segunda posição. E logo o inglês era líder, porque Alonso foi para os boxes na volta 38. Um giro depois, era a vez de Hamilton, mas foi um pit-stop lento, de 4s4. Com isso, Massa voltava à segunda posição
Com 43 voltas, os dez primeiros eram: Ricciardo, Massa, Alonso, Hamilton, Rosberg, Bottas, Raikkonen, Vettel, Vergne, Maldonado. De repente, na volta 46, uma mudança repentina na estratégia de Felipe, que foi para os boxes de supetão e saiu com pneus médios novamente, mas arruinando a estratégia de duas paradas, caindo para a sexta posição.
Na volta 53, Ricciardo já não tinha mais aderência nos pneus traseiros e pedia para parar nos boxes. Assim foi, promovendo Alonso à liderança da prova. E Hamilton tentava a façanha de ganhar largando dos boxes, a apenas 3s8 do espanhol. Os dez primeiros eram, no 55º giro, Alonso, Hamilton, Rosberg, Ricciardo, Bottas, Massa, Raikkonen, Vettel, Vergne, Button. Uma volta depois, foi a vez de Rosberg parar, colocando pneus macios novos e com a ordem de “dar 13 voltas de classificação”.
Faltando dez voltas, as dez primeiras posições estavam assim: Alonso, Hamilton, Ricciardo, Massa, Rosberg, Raikkonen, Vettel, Bottas, Vergne, Button. Um giro mais tarde, Rosberg já era o quarto, mas tinha uma diferença de 22 segundos para Ricciardo, faltando apenas nove voltas. A briga estava aberta entre os três primeiros: Alonso ia se segurando, com pneus em frangalhos de borracha.
Na volta 67, Ricciardo abusou do arrojo, colocou por fora de Hamilton, travou o máximo que deu, mergulhou tudo e deixou a Mercedes para trás. Não demorou nada e passou também Alonso no fim na reta. E aí a coisa toda já estava definida: Alonso segurou Hamilton e Rosberg chegou e não conseguiu passar o companheiro.
Segunda vitória da Red Bull e de Daniel Ricciardo na temporada, o único a conseguir vencer além das Mercedes. Nico Rosberg permanece na liderança do campeonato, com 202 pontos, contra 191 de Lewis Hamilton. Com 131 tentos, Ricciardo é o terceiro no campeonato.
A próxima etapa da F1 será o GP da Bélgica, somente daqui a três semanas, no dia 24 de agosto. Enquanto isso, a categoria máxima do automobilismo entra de férias de verão.
Confira o resultado do GP da Hungria:
1) Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), 3 pit-stops
2) Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 2
3) Lewis Hamilton (ING/Mercedes GP), 2
4) Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP), 3
5) Felipe Massa (BRA/Williams), 3
6) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 2
7) Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 2
8) Valtteri Bottas (FIN/Williams), 3
9) Jean-Eric Vergne (FRA/Toro Rosso), 2
10) Jenson Button (ING/McLaren), 2
11) Adrian Sutil (ALE/Sauber), 2
12) Kevin Magnussen (DIN/McLaren), 2
13) Pastor Maldonado (VEN/Lotus), 3
14) Daniil Kvyat (RUS/Toro Rosso), 2
15) Jules Bianchi (FRA/Marussia), 3
16) Max Chilton (ING/Marussia), 1
OUT) Esteban Gutierrez (MEX/Sauber), 2
OUT) Kamui Kobayashi (JAP/Caterham), 1
OUT) Sergio Perez (MEX/Force India), 1
OUT) Nico Hulkenberg (ALE/Force India), 1
OUT) Romain Grosjean (FRA/Lotus), 1
OUT) Marcus Ericsson (SUE/Caterham), 1