Boatos sobre homossexualismo irritaram Senna

A capacidade incontestável nas pistas e os três campeonatos mundiais de Ayrton Senna tiveram um adversário à altura: o boato de que teria um relacionamento homossexual com o amigo Américo Jacoto Júnior. A história era amplamente alimentada por Alain Prost e Nelson Piquet, que chegaram a oferecer dinheiro para uma camareira averiguar se Senna estava mesmo dormindo com uma namorada em um hotel na Áustria.

Essa passagem foi presenciada por Galvão Bueno, narrador esportivo da TV Globo, e é narrada na biografia Ayrton, o herói revelado, de Ernesto Rodrigues. A revista Veja teve acesso ao livro.

Os boatos deixavam Senna triste e irritado ao mesmo tempo.

Depois de entrevistar 213 pessoas, o autor do livro publica que Gerhard Berger, o único piloto que Senna considerava seu amigo, confirma que o acidente em 1990 entre Senna e Prost, que valeu o bicampeonato ao brasileiro, tenha sido premeditado pelo brasileiro. ‘Se fosse para bater, melhor que fosse logo ali, logo no começo, onde o perigo era menor.’

O livro, que esmiúça a vida pessoal do piloto, diz que Senna confessara que, dos principais maiores amores da vida do piloto, a jovem Adriane Yamin representava tudo o que queria: uma mulher com hábitos e estrutura familiar parecida com a dele, e virgem.

A biografia ainda faz um retrato da personalidade de Senna, que, mesmo sendo o piloto que mais ganhava na F-1, armou uma cena teatral com Ron Dennis, da McLaren, para que recebesse mais dinheiro dos patrocinadores. Os dois fingiam brigar em público, e Dennis iria até o patrocinador da McLaren para dizer que somente um orçamento maior seria capaz de segurar o tricampeão na equipe.