“Merci Jules, cete victoire et por toi!”. Foi com estas palavras em francês, língua materna de Jules Bianchi, que Sebastien Vettel dedicou a sua segunda vitória do ano ao francês, que como se sabe, perdeu a vida na semana passada depois de nove meses hospitalizado como consequência do seu acidente de Suzuka em 2014.
O piloto alemão da Ferrari largou bem e liderou toda a corrida, e nem quando teve Nico Rosberg muito perto, já na fase final da corrida, se amedrontou, mantendo sempre a calma, vencendo com todo o merecimento numa corrida que praticamente ficou decidida após a primeira curva, isto apesar da muita ação que houve.
Apesar de Rosberg ter chegado na sua traseira, perto do final da corrida, depois da entrada do Safety Car em pista como consequência do acidente de Nico Hulkenberg, que na reta de chegada viu a asa dianteira da sua Force India quebrar e deixar muitos detritos no asfalto.
Nesta altura Vettel e Raikonen tinham grande vantagem sobre Rosberg, mas o finlandês estava tendo problemas com o MGU-K, sistema que recupera energia das frenagens, e com isso perdeu muita potência na sua unidade motriz. Certamente iria ser ‘vítima’ fácil de Rosberg. O problema resultou no abandono do finlandês da Ferrari.
Com o Safety Car a vantagem de Vettel foi a zero para as últimas voltas e Rosberg poderia lutar pela vitória. Mas muito dificilmente Nico Rosberg conseguiria ultrapassar Vettel, já que o ritmo da Ferrari dele era muito forte, a não ser que este cometesse um erro.
Afinal, quem acabou cometendo um erro foi Daniel Ricciardo, que na luta pelo segundo lugar com Rosberg, excedeu-se na freada no final da reta, passou que nem uma flecha à frente de Rosberg, alargou a trajetória, com Rosberg passando novamente para a sua frente na manobra seguinte. Contudo, ao retornar à trajetória correta, Ricciardo tocou com a asa da sua Red Bull no pneu traseiro direito da Mercedes de Rosberg, que furou e teve que ir aos boxes mudar de pneus, perdendo dessa forma a liderança do campeonato, que era virtualmente sua, uma vez que Hamilton estava muito atrás.
Com tudo o que aconteceu em pista com os principais favoritos, Daniil Kvyat obteve o primeiro pódio da sua carreira na Fórmula 1.
Apesar de ter tido que ir aos boxes depois do toque que deu em Rosberg, que lhe estragou a corrida e lhe retirou a liderança do campeonato, Daniel Ricciardo foi terceiro, oferecendo à Red Bull-Renault o seu primeiro pódio do ano e logo um pódio duplo.
Max Verstappen esteve perto de estrear em pódios na Fórmula 1, já que foi quarto classificado, naquela que é a terceira vez que pontua este ano.
Resultado fantástico para a McLaren-Honda, com Fernando Alonso sendo quinto classificado, enquanto Jenson Button foi nono.
O líder do campeonato, Lewis Hamilton realizou claramente sua pior corrida do ano. Depois de ter sido o melhor nas quatro sessões de treinos livres, classificação realizadas e classificar este como um dos melhores finais de semana da sua carreira, na corrida cometeu vários erros. Largou mal, caindo de primeiro para quarto, pouco depois em luta com Rosberg saiu da pista, perdendo muitas posições.
Hamilton ainda teve disputas intensas com Ricciardo, Kvyat e Bottas na relargada da corrida, quando os quatro acabaram se tocando e cada um carregou um problema depois disto. O inglês saiu da disputa com uma punição.
Depois disso esteve bem, e teve sorte do incidente entre Rosberg e Ricciardo ter permitido que mantenha a liderança do campeonato, pois como as coisas estavam antes disso, ia perdê-la para o seu companheiro de equipe.
Romain Grosjean foi sétimo, terminando na frente de Nico Rosberg que também não largou bem, permitindo às duas Ferrari passarem à sua frente. Na fase final da corrida, quando se preparava para ser segundo foi surpreendido por uma manobra de Ricciardo, que o fez furar o pneu, ir aos boxes e cair de segundo para quinto.
Apesar dos vários acontecimentos da corrida, nenhum deles trouxe sorte para os brasileiros. Felipe Massa (Williams), que já não largava da melhor posição possível, errou no posicionamento do grid, acabou causando um atraso na largada, foi punido e sofreu durante toda a corrida, não indo além do 12º lugar. Já Felipe Nasr, que largou da 18ª posição, chegou a andar dentro da zona de pontuação, mas acabou sendo ultrapassado e completou a prova em 11º.
O companheiro de Nasr na Sauber, Marcus Ericsson, foi quem conseguiu completar a zona de pontuação, mas não conseguiu evitar com que a Toro Rosso ultrapassasse sua equipe suíça no Mundial de Construtores.
Ironicamente, depois de tudo o que aconteceu na corrida, Hamilton ganhou mais quatro pontos sobre Rosberg na luta pelo título e sai de férias com um sabor agridoce na boca. Se por um lado aumentou a margem, por outro, fez tudo para acontecer exatamente o contrário e terá quatro semanas para pensar em como não repetir os mesmos erros.
Com a pausa de verão, a Fórmula 1 entra num período de férias de quatro semanas e, apesar do GP da Bélgica acontecer só em 23 de agosto e as fábricas permanecerem fechadas, muitas coisas no mercado de pilotos devem acontecer.
Confira o resultado do GP da Hungria:
1) Sebastian Vettel (ALE/Ferrari), 4 pit-stops
2) Daniil Kvyat (RUS/Red Bull), 5
3) Daniel Ricciardo (AUS/Red Bull), 5
4) Max Verstappen (HOL/Toro Rosso), 5
5) Fernando Alonso (ESP/McLaren), 5
6) Lewis Hamilton (ING/Mercedes GP), 6
7) Romain Grosjean (FRA/Lotus), 5
8) Nico Rosberg (ALE/Mercedes GP), 5
9) Jenson Button (ING/McLaren), 4
10) Marcus Ericsson (SUE/Sauber), 5
11) Felipe Nasr (BRA/Sauber), 5
12) Felipe Massa (BRA/Williams), 5
13) Valtteri Bottas (FIN/Williams), 5
14) Pastor Maldonado (VEN/Lotus), 6
15) Roberto Merhi (ESP/Marussia), 5
16) Will Stevens (ING/Marussia), 5
OUT) Carlos Sainz (ESP/Toro Rosso), 5
OUT) Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 6
OUT) Sergio Perez (MEX/Force India), 6
OUT) Nico Hulkenberg (ALE/Force India), 2