FIA pode sugerir boicote ao GP da Espanha

A FIA se reunirá no próximo dia 5 de maio, em Monte Carlo, para a discussão de vários pontos sobre a Fórmula 1. Entre eles, dois controversos.

O primeiro trata do desejo do presidente da entidade, Max Mosley, em reduzir a velocidade do carros, que para ele está excessivamente alta nos últimos anos. Nas últimas semanas, diversos dirigentes e pilotos se manifestaram sobre o assunto, e as opiniões estão divididas. Alguns, como o italiano Jarno Trulli, piloto da Renault, são a favor da redução da velocidade dos carros, mas outros, como a dupla da Ferrari Michael Schumacher e Rubens Barrichello, acha que nada deve mudar.

O outro ponto, no entanto, é ainda mais polêmico. Mosley voltará a falar sobre a nova “Lei de responsabilidade” que entra em vigor na União Européia este ano em julho. Pelo tratado, já assinado por Espanha, Inglaterra e Bélgica, uma pessoa poderá ser presa por qualquer um dos países-membros da UE se um juiz assim desejar.

Como na Itália a lei manda que em casos de acidentes fatais, como o que matou Ayrton Senna, seja aberto um inquérito para apurar os responsáveis, os donos de equipe e dirigentes da categoria temem ser presos a pedido da Justiça italiana se algum acidente acontecer, mesmo que seja na Bélgica, Espanha ou Inglaterra.

Como resultado, Mosley poderá propor aos times que boicotem o GP da Espanha, marcado para o dia 9 de maio, como forma de pressionar a UE a abrir uma exceção na nova lei para as fatalidades envolvendo a Fórmula 1.

Apesar das obrigações contratuais que forçam os times de Fórmula 1 a comparecer às etapas, nada os impede de apenas deixar os carros nos boxes, sem efetivamente correr.