Luis Fernando Ramos
Enviado especial a Monza (ITA)
Felipe Massa sabe muito bem os riscos que passa um piloto de monoposto quando é atingido na cabeça por um objeto externo. Na classificação para o GP da Hungria de 2009, ele foi atingido por uma mola que havia se desprendido do carro de Rubens Barrichello. Ficou dois dias em coma, sofreu uma fratura na base da crânio, mas se recuperou totalmente e pôde dar continuidade na sua carreira na Fórmula 1 já no ano seguinte.
– Muita gente falou que eu tive falta de sorte no acidente da Hungria. Uma mola perdida bater na cabeça é uma chance de um em um milhão. Mas eu tive muito mais sorte do que azar naquele momento. Continuo aqui, vivo de uma maneira normal e me sinto sortudo de passar praticamente ileso por aquilo – disse ao LANCE!/F1Mania.net o piloto.
Após o acidente fatal com Justin Wilson há duas semanas, a discussão sobre a introdução de cockpits fechados ganhou força também na Fórmula 1. Massa apoio um estudo, mas alerta para que não se tome uma decisão antes disso.
– Não adianta apenas fechar o cockpit. Precisa fazer um estudo para aumentar a segurança naquela área. Se for a melhor opção, não sou contra, mas é preciso entender qual o caminho certo nesta questão.
Já o outro brasileiro da categoria, Felipe Nasr, não tem dúvidas de que fechar os cockpits é a melhor solução para o futuro dos monopostos. A opinião é compartilhada pela maioria dos pilotos do paddock.
– Eu vejo o cockpit fechado como o próximo passo em questão de segurança. Não sei da parte de engenharia, das implicações que isto teria. Mas, como piloto, eu apoio que se trabalhe em cima disso. Eu já guiei carros com cockpit fechado, como protótipos, e é uma questão de se acostumar com essa visão – afirmou Nasr.
Mas não é uma opinião unânime. Sebastian Vettel não tem problemas em afirmar que é contra. Pelo menos até que se prova a eficiência da medida.
– Não sei, talvez por algo bobo como tradição, mas sou contra fechar o cockpit. Sempre foi aberto. Talvez eu hesite nessa mudança. Mas se o cockpit fechado provar fazer a diferença, não faz sentido se prender a tradições, já que nenhuma vale a pena ser mantida se perdermos grandes pessoas – ponderou.
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