Luis Fernando Ramos
Enviado especial a Cingapura
A equipe Mercedes viaja para o Japão com a pulga atrás da orelha. O time que vinha dominando a temporada sofreu uma derrota acachapante em Cingapura. Perdeu um segundo e meio por volta em relação aos carros da Ferrari e dois e meio em relação aos da Red Bull. E o pior: os engenheiros do time não encontraram explicação para uma queda de performance tão abrupta.
Os pilotos relataram que o carro se comportou de maneira normal. Não houve um desequilíbrio – o que poderia apontar para um problema de acerto. O carro se comportava bem nas curvas e a sensação de aderência dos pneus era adequada. O problema é que os tempos simplesmente eram muito mais lentos que o das equipes rivais. O carro simplesmente ficou lento. Um mistério.
A principal suspeita dos engenheiros está em relação aos novos limites de pressão de pneus e ângulo das rodas impostos pela Pirelli após os incidentes no último GP da Bélgica. Com os números pré-estabelecidos, a Mercedes teria sido incapaz de extrair o máximo dos compostos de pneus, especialmente do supermacio, mesmo após ter tentado inúmeros acertos diferentes ao longo do final de semana.
As características da pista de Cingapura também não ajudaram o carro. Com poucas retas, 23 curvas e uma baixa média horária, o circuito de rua em Marina Bay elimina a vantagem da Mercedes em relação à potência do motor. A própria unidade de potência pode ter contribuído para o resultado ruim, despejando uma carga de giros cedo demais e fazendo o carro perder tempo – e aumentar o desgaste de pneus – nas reacelerações.
A torcida dentro do time é que tudo volte ao normal na corrida deste final de semana, o GP do Japão. A escolha dos compostos de pneus para a prova é favorável ao time, com os pneus médios e duros. Ao longo do ano, o carro da Mercedes mostrou mais facilidade para levar estes compostos mais resistentes às temperaturas ideais de funcionamento.
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