Em conversa com LANCE!/F1Mania.net, Button dá a entender que ainda negocia com a McLaren

Luis Fernando Ramos

Enviado especial a Suzuka (JAP)

Jenson Button surpreendeu a muita gente no paddock em Suzuka ao não anunciar que estaria deixando a Fórmula 1. A imprensa inglesa dava isso como certo, mas o piloto se limitou a dizer que não tinha nada a falar sobre seu futuro. Por enquanto. O LANCE!/F1Mania.net ouviu o inglês, que assegurou se manter motivado e deu a entender que as negociações com o time prosseguem. “Se eu continuar na F-1 será pela McLaren”, garantiu. Confira:

LANCE! – Surgiram diversas especulações sobre seu futuro. Você pode esclarecer?

JENSON BUTTON – Não tenho muito a dizer sobre o assunto. Estamos todos otimistas. Está sendo um ano difícil, mas tivemos boas conversas nas últimas semanas e veremos o que vai acontecer.

L! – No ano passado seu futuro também demorou para ser resolvido. Você quer continuar na F-1?

JB – Se eu continuar na F-1, será pela McLaren. Não tem há nenhum outro lugar que eu queira estar. Estamos tendo um ano difícil, mas vejo as pessoas animadas dentro da equipe. Então quero correr com eles se ficar na F-1. Isso eu posso dizer com certeza. Mas é uma situação completamente diferente da do ano passado. Talvez demore um pouquinho para vocês saberem mais.

L! – O que vai pesar na sua decisão?

JB – Para mim, o mais importante é que eu esteja feliz, correndo ou não. Mas a equipe precisa estar feliz também. Há um respeito mútuo.

L! – Com as dificuldades da equipe, como tem sido esta temporada para você do lado mental?

JB – É mais duro, porque não quero pilotar no fundo do pelotão. Nenhum piloto gosta. Especialmente se você já sentiu o gosto da vitórias muitas vezes e seu companheiro de equipe é um campeão que também venceu muitas vezes. Para quem está de fora, ver-nos lutando para ser 17º no grid parece ser uma loucura. Para nós, é fazer o time crescer para conquistar algo especial no futuro, acreditando que trabalhamos com pessoas muito talentosas. Temos um bom grupo de aerodinâmica e achamos que a Honda pode fazer um bom trabalho no futuro. A pergunta é quando.

L! – Há um problema de motivação?

JB – Eu me mantenho motivado. Tenho dias mais complicados, quando você sabe que não vai ser competitivo, que vai ganhar uma penalização e ainda tem algum problema durante um treino. É difícil. Mas aí eu acordo no dia seguinte animado, tomo banho, bebo um café e chego bem animado, sabendo que é um novo dia e que eu posso fazer a diferença. Tenho sorte de pensar assim, porque acho que alguns pilotos teriam problemas com a situação em que estamos. Me sinto uma criança todo dia em que posso entrar num carro de Fórmula 1.

L! – E aqui você corre praticamente em casa.

JB – Suzuka é muito especial. Sempre amei este lugar, mesmo antes de minha ligação com a Honda ou com a minha esposa Jessica. Adoro a cultura japonesa. E este circuito é de outro mundo. Ele é feito sob medida para um carro de Fórmula 1.

L! – O que é realista esperar para esta prova?

JB – Me lembro do apoio que tínhamos correndo com a Honda há dez anos. Foi incrível. Para este ano, espero pelo menos confiabilidade por parte do equipamento. Espero termos resolvido os problemas que tivemos de Cingapura. Não será fácil, mas acho que temos uma boa aerodinâmica para andar bem aqui.

L! – Você falou da sua primeira experiência com a Honda. Qual carro que mais gostou de pilotar?

JB – O carro de 2004 da BAR-Honda era muito especial. Era muito veloz, infelizmente um segundo mais lento que o da Ferrari, que estava num nível à parte. Mas adoro aquela época, com asas traseiras largas e motor V10 que chegava a 20 mil giros. Foi a melhor sensação dentro de um carro que eu já tive. Em 2006 éramos Honda propriamente e tivemos um bom ano. Alguns problemas mas também ótimos resultados, incluindo a primeira vitória da minha carreira. Então é um carro especial para mim.