Luis Fernando Ramos
Enviado especial a Suzuka (JAP)
Foi tão indelicado que é difícil imaginar não ter sido de propósito. Fernando Alonso escolheu justamente a corrida de casa da Honda para quebrar a trégua e ventilar publicamente sua frustração com a performance dos motores da montadora japonesa. Pela rádio, durante a prova, disse que o desempenho era “vergonhoso” e depois falou que o motor era “de GP2”, uma referência à categoria de acesso à Fórmula 1. Depois, tentou contemporizar.
– Não é que estejamos descansando. Estamos tentando melhorar e todos estão fazendo o possível. O pessoal da Honda quando me vê me pede desculpas e que eu tenha paciência. Meu apoio continua o mesmo. Mas é duro quando você é ultrapassado por um Marcus Ericsson – falou o espanhol depois da corrida.
Não adiantou. O chefão da McLaren Ron Dennis deixou claro ter registrado o episódio e afirmou que vai chamar Alonso para explicar o que considerou um comportamento pouco adequado.
– Não condiz com o profissionalismo que eu gostaria de ver em nossos pilotos. Ele está no carro, frustrado, mas suas observações para a equipe técnica não são uma maneira construtiva de se comunicar com ninguém – afirmou o dono do time.
A McLaren vive um período conturbado, piorado por rumores de saída de Jenson Button e do próprio Alonso – há quem diga que a explosão pública de frustração foi uma maneira de forçar uma eventual saída para tentar uma vaga na Renault, que deve comprar a Lotus. Ron Dennis, porém, tratou de acalmar os ânimos pelo menos em relação a seus pilotos.
– Ambos possuem contrato para o ano que vem e ponto final. Temos Fernando contratado por três anos e Jenson por dois – garantiu.