A Fórmula 1 encara uma nova ameaça de divisão depois que as montadoras encerraram um acordo com Bernie Ecclestone e os detentores dos direitos comerciais da categoria nesta sexta-feira.
“Basicamente, estamos divididos de novo,” disse uma fonte próxima às negociações.
O grupo GPWC, companhia criada pelas cinco principais montadoras para iniciar um campeonato rival a partir de 2008, disse em comunicado que encerrou um Memorando de Entendimento com a SLEC e a Formula One Administration.
“Apesar de todos os esforços possíveis para implementar o Memorando de Entendimento entre o GPWC e os acionistas do SLEC, o GPWC decidiu terminar com as negociações sobre a estrutura da Fórmula 1 no futuro”.
O comunicado acrescenta que isso aconteceu porque os acionistas da SLEC “falharam em concordar com pontos fundamentais do memorando”.
“Quando percebemos que nossa intenção não era compartilhada pelas outras partes, tivemos que tomar uma decisão para o melhor interesse do esporte e encerramos as negociações”, disse o presidente do GPWC, Juergen Hubbert, na nota.
O GPWC é formado pela DaimlerChrysler (da Mercedes), BMW, Renault, Ford e Fiat. A Ford é dona da equipe Jaguar enquanto a campeão Ferrari faz parte do grupo Fiat.
SLEC é a companhia formada pelo chefe comercial da Fórmula 1, Ecclestone, e atualmente pertence em 75 por cento aos bancos Bayerische Landesbank, JP Morgan e Lehman Brothers. Eles controlam os direitos comerciais da categoria.
O comunicado do GPWC acontece no mesmo dia em que a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) propôs a maior mudança na história do esporte para cortar os custos e fazer com que o talento dos pilotos volte a ficar em evidência.
Se aprovadas, as idéias apresentadas pela entidade na sexta-feira vão ser adotadas em 2008.
As montadoras, bancos e Ecclestone anunciaram em dezembro passado uma trégua para assegurar o futuro da Fórmula 1 e encerraram anos de disputa para 2008, já que o ‘Acordo Concorde’, que regula comercialmente a categoria, termina em 2007.
Fonte: Reuters