Panis reflete sobre Barcelona

Quais foram seus objetivos nos testes entre Ímola e Barcelona?

Nós trabalhamos em Mugello na Itália, concentrando nos pneus que iríamos usar em Barcelona. Como resultado desse teste, ficamos felizes com o comportamento do carro nos treinos livres de sexta. O balanceamento do carro parecia muito bom no início do final de semana, o que sempre é uma grande ajuda.

Os penus são um fator crítico em Barcelona?

Os pneus são muito importantes hoje em dia, mas mais ainda em Barcelona. A pista tem curvas de alta velocidade e, combinadas com a superfiície abrasiva, significa que os pneus são bem “judiados”, especialmente os pneus da esquerda. Muitas pessoas acham que a quantidade de combustível é o problema mas eu acho que existem quatro ou cinco circuitos que tem quantidades de combustível maiores. É a quantidade de combustível junto com a superfície abrasiva que tornam o circuito difícil.

Você gosta de pilotar em Barcelona?

Eu gosto muito de pilotar no circuito da Catalunya. As curvas de alta velocidade são gratificantes. Afinal de contas é isso que nos faz querer correr em primeiro lugar! Além disso pensamos que essa pista seria a melhor para o TF104 até agora.

E esse foi o caso?

Pelo menos na classificação! Essa foi uma daquelas voltas com a qual você sonha mas nem sempre consegue. Eu não consigo imaginar alguma parte da pista onde poderia ter sido melhor e isso me deixou muito feliz. Eu não fiquei surpreso que ela tenha trazido a nossa melhor classificação até agora.

Alguns comentaristas estavam especulando que o carro não tinha muito combustível?

Eu tenho certeza que sim, mas nós provamos o contrário na corrida! Eu parei na volta de número oito, que foi a mesma volta da parada de Alonso, que acabou terminando em quarto lugar atrá de Trulli, que terminou no pódio. Eu acho que nossa estratégia estava perfeita, o problema foi que nos faltou velocidade durante a corrida.

Por que a velocidade durante a corrida não foi boa?

Minha largada não foi ruim mas logo senti que me faltava atrito. Eu estava em sétimo, o mesmo lugar da minha classificação, mas descobri que eu não conseguia manter o mesmo passo que Alonso e os tempos de minas voltas começaram a aumentar, Mike (Gascoyne) acha que usamos pressões muito altas nos pneus. Então perdi posições para pessoas que fizeram seus pit stops mais tarde.

Você recebeu uma penalidade no seu segundo pit stop. O que aconteceu?

Eu tenho que me desculpar com a equipe pela penalidade que recebi. Na hora eu não sabia se foi um problema com o limitador de velocidade ou um problema gerado por mim, mas descobrimos que eu estava tentando ligar o limitador enquanto estava na quarta marcha, o que não é possível. Muito frustrante, mas o lado positivo é que isso aconteceu numa corrida que eu não ia terminar de qualquer maneira. A equipe havia percebido através da telemetria que eu estava perdendo fluido hidráulico, eu comecei a perder minhas marchas e então a direção hidráulica parou de funcionar. eu não tive escolha, tive que parar.

A confiabilidade tem sido um ponto forte esse ano, vocês ficaram surpresos com o abandono?

A confiabilidade da Toyota tem sido excelente até agora, mas você não pode esperar terminar todas as corridas da temporada, mesmo que não pareça que ninguém tenha contado isso a Michael Schumacher!

Mônaco é a próxima corrida do calendário e ela deve lhe trazer boas lembranças.

É claro, Mônaco é um dos pontos altos da minha carreira! Todo piloto de corridas sonha em vencer um Grande Prêmio e um sonho especial é vencer o Grande Prêmio de Mônaco. Ela não fica longe de onde moro, é claro, e vencer em 1996 foi uma das melhores experiências da minha vida. É um lugar único. Você precisa ter total confiança no carro porque as barreiras fiquam tão próximas e as curvas tem muitos pontos cegos. Você paga um grande preço por um pequeno erro. Eu acho que poucas pessoas percebem que o famoso túnel, percorrido a 290km/h, é a curva mais rápida do campeonato. Eu adoro aquele lugar. E eu adoraria vencer lá de novo pela Toyota num futuro próximo.