Felipe Massa: “Tudo pode acontecer em Mônaco”

No dia em que as atividades de pista são tradicionalmente reservadas às categorias de suporte, Felipe Massa passou boa parte da sexta-feira reunido com os técnicos da Sauber. Discutiram os números dos treinos da quinta do GP de Mônaco e praticamente definiram a estratégia para a corrida de domingo. “Já sabemos quais pneus vamos usar na sessão classificatória e na prova. A verdade é que os Michelin estão muito fortes. O fim de semana promete ser difícil para nós, que corremos com os Bridgestone, mas em Mônaco tudo pode acontecer”, lembrou Massa.

Se a Fórmula 1 nos últimos anos vem sendo criticada pela previsibilidade e dominada pelos mesmos nomes, um dos últimos resultados inesperados foi registrado no GP de Mônaco de 1996. A bordo de uma Ligier-Mugen pouco competitiva e partindo apenas em 14º lugar numa pista de ultrapassagens tidas como improváveis, Olivier Panis conquistou a última vitória da equipe francesa, que fecharia as portas em janeiro de 2002 com a denominação Prost Grand Prix.

Outras vitórias surpreendentes em Montecarlo foram as de Jean-Pierre Beltoise (BRM), em 1972, e de Riccardo Patrese, em 1982. Na polêmica edição de 1984, sob chuva e encerrada prematuramente pelo diretor de prova Jacky Ickx com vitória de Alain Prost, Ayrton Senna chegou em 2º com a Toleman e revelou seu potencial ao mundo. Mas também brilhou o alemão Stefan Bellof, que largou em 20º e último com a Tyrrell e terminou em terceiro. Belof voava baixo nas voltas finais e aproximava-se rapidamente de Senna. Morreria no ano seguinte depois de um acidente nos Mil Km de Spa, na Bélgica. Em 1997, quando corria pela Stewart GP, Rubens Barrichello deu um show no asfalto molhado. Saiu em 10º e cruzou a linha de chegada em 2º, atrás somente da Ferrari de Michael Schumacher.

Apesar do conformismo com a superioridade revelada pela Michelin no primeiro combate em Mônaco, Massa observou que a Sauber trabalhou toda a quinta-feira com a configuração de corrida. “Não sei se as outras equipes simularam uma classificação.” Admite, no entanto, que o tipo de piso das ruas do principado, pouco exigente em relação ao consumo dos pneus, deve fazer com que as equipes optem pelo mesmo número de paradas nos boxes.