Entrevista com Jackie Stewart (parte 2)

Por Gabriel Vinicios

O que a Fórmula 1 pode fazer para adquirir mais popularidade nos Estados Unidos ?

Stewart: Uma boa competitividade é algo difícil de se garantir. Eu não penso que a F1 esteja crescendo muito aqui. Nós não vemos muitos americanos competindo no automobilismo europeu. Creio que a F-1 vai continuar fraca por aqui se não tivermos dois ou três pilotos com chances de ganhar. Por exemplo, o ciclismo não era muito popular na América até Lance Armstrong chegar. Você precisa ter um piloto americano de alto nível, não apenas para ganhar corridas, mas sim campeonatos, para que a popularidade realmente cresça.

Por que é tão importante a F1 estar nos Estados Unidos ?

Stewart: A América é muito importante para a F1 porque você tem oito marcas de grandes fábricas na indústria automotiva, de participação mundial: Ferrari, Renault, Mercedes, BMW, Honda, Toyota, Ford e Jaguar, além da Michelin e Bridgestone. São empresas multinacionais gigantescas. Sem o mercado americano, todas essas companhias estariam consideravelmente mais pobres. E isso só citando algumas delas, pois também temos outras como: Hewlett-Packard, HSBC, Vodafone, Allianz, DuPont, Lear, Shell, AT&T´s, Castrol and Mobil, etc. Como exemplo, as sedes da AT&T´s estão na América. Oitenta porcento de seus negócios estão na América. Se não temos um GP Americano, então por que essas marcas estariam na Fórmula 1 ? Eu sei que há um grande potencial para que elas possam abranger o resto do mundo, mas se elas não fossem baseadas na América, não participassem do mercado americano, a maioria delas estaria muito menor do que está hoje.

Pra você, o que faz da Fórmula 1 um esporte tão especial ?

Stewart: A F1 é internacional. Ela é o topo dos esportes à motor. Ela tem qualidade, história e grandes nomes. Na América você tem os Foyts, Pettys, Unsers e outros nomes ótimos, mas o resto do mundo não os conhece. Há algo de especial na F1. É um ar raro, é algo difícil de se entender e explicar. É um ambiente único.

Voltar à Primeira Parte