Categoria: F1
|
1 de maio de 2021 10:00

Acidente fatal de Senna deixou legado além de tristeza: aumento na segurança da F1

1º de maio. Essa é uma data ainda muito lembrada e que carrega um sentimento de pesar entre os fãs de F1, especialmente os brasileiros. Há exatos 27 anos, Ayrton Senna sofria a forte batida na curva Tamburello, em Ímola, e não resistia aos ferimentos, morrendo aos 34 anos. Mas se sua morte foi triste e lamentada em todo o mundo, ao menos ajudou a categoria a aumentar a segurança para os pilotos.

O final de semana daquele GP de San Marino foi fatal para a categoria. Na sexta-feira, Rubens Barrichello sofreu uma violenta batida ainda no treino livre e teve de ficar de fora do restante da etapa. No sábado, Roland Ratzenberger também bateu, mas morreu. No domingo, o desfecho que todos já conhecem bem.

A morte da dupla foi a primeira de um piloto durante uma atividade da F1 em oito anos. Nos anos 1970, dez competidores acabaram sofrendo acidentes fatais durante uma disputa, enquanto nos anos 1980, houve uma queda para “apenas” quatro, com o último sendo Elio de Angelis em 1986.

Desde então, o certame mundial deu uma guinada em termos de melhorar a segurança enquanto os pilotos estão nas pistas. Os acidentes, claro, não foram os únicos responsáveis por todas as atualizações, mas foram bastante importantes para que o ponto de tanta importância ganhasse mais atenção.

A curva Tamburello, em Ímola (Ap Photo/Paolo Ferrari/- April 1995 -)

Max Mosley, o então presidente da FIA [Federação Internacional de Automobilismo], foi quem esteve por trás de toda a ação. Uma das primeiras medidas tomadas foi a criação do Comitê Especializado em Conselhos de Segurança, com Sid Watkins, antigo médico da delegação, como o principal membros.

Outras adições na Fórmula 1 em termos de proteção aos competidores foi o HANS – Head and Neck Support [apoio para cabeça e pescoço, em tradução livre ] -, que diminuiu consideravelmente os impactos de grande energia na coluna vertebral do piloto. O acessório passou a ser obrigatório a partir de 2003. Além disso, os pneus estavam “amarrados” aos carros.

Houve também a retomada do GPDA – GP Drivers Association [Associação de Pilotos de Corrida, em tradução livre] -, em que os representantes buscaram mais mudanças como alterações nos desenhos da pista e outros pontos de atenção que os preocupam durante um final de semana.

Outras questões também melhoradas foram o crash-test, que passaram a incluir as laterais do carro, além de uma elevação nas laterais do cockpit para proteger as cabeças. Ainda, os circuitos também foram revistos, com muitos recebendo um novo desenho que incluía áreas de escape maiores e maior preocupação com as barreiras de proteção, além da diminuição de velocidade no pitlane.

O halo é um dos dispositivos mais recentes para a segurança do piloto Foto: Staley / XPB Images

Após Senna e Ratzenberger, foi visível a mudança na F1 em termos de segurança. Desde então, a categoria ainda registrou uma morte: Jules Bianchi sofreu um grave acidente no GP do Japão de 2014, mas morreu apenas no ano seguinte, decorrente dos ferimentos sofridos na molhada corrida nipônica.

Em 2018, um novo dispositivo foi adotado nos carros: o halo. Apesar de muitos serem contra a peça de carbono que fica logo acima do cockpit, é inegável o quanto já salvou pilotos – o acidente de Romain Grosjean no GP de Sakhir de 2020 é a maior e mais irrefutável prova da utilidade da peça.

As mortes do GP de San Marino de 1994 ainda são lembradas e carregadas na história da Fórmula 1. Mas mais que tristeza, é importante lembrar que também foram responsáveis por salvar tantas vidas nos anos que se passaram.

This website is unofficial and is not associated in any way with the Formula 1 companies. F1, FORMULA ONE, FORMULA 1, FIA FORMULA ONE WORLD CHAMPIONSHIP, GRAND PRIX and related marks are trade marks of Formula One Licensing B.V.