A pré-temporada da F1 foi curta, porém ruidosa. Além do DAS da Mercedes que sacudiu as estruturas logo no segundo dia, na última sexta-feira, a FIA soltou um comunicado lacônico porém que criou também um tremendo ruído no mundo da categoria: foi anunciado que o órgão chegou a um acordo com a Ferrari sobre a investigação aberta no ano passado sobre a Unidade de Potência.
Para recordar: Red Bull e Mercedes fizeram reclamações junto à FIA sobre a Unidade de Potência (UP) italiana, pois desconfiavam que havia algo de estranho ali, pois a Ferrari era bem mais rápida do que os demais. Voltou a desconfiança da “bateria dupla” de 2018 e que a entidade “passava pano” em relação ao povo de Maranello…
A coisa chegou a um ponto que a FIA lançou 3 diretrizes técnicas em um mês somente tratando de assuntos relacionados à UP, mais especificamente ao fluxo de combustível. A principal alegação era que conseguiam burlar o sensor de combustível e assim obtinham uma maior quantidade de gasolina, gerando mais potência. Além disso, foi anunciado que este ano as UPs teriam a inclusão de mais um sensor de fluxo, mas todos calibrados pela FIA.
A situação foi sendo contornada e, mesmo com a pressão, a UP foi considerada OK. Mas a FIA tomou uma atitude mais incisiva: recolheu peças de cada uma das fornecedoras para avaliação. E provavelmente daí surgiu maiores dados para se alcançar este acordo…
Como bem levantaram alguns analistas (especialmente a equipe da Autosport e Motorsport), o mais importante não foi o que disse o comunicado, mas sim o que ele NÃO disse. Foram 7 linhas dizendo sobre o acordo e o comprometimento para “desenvolver formas de monitoramento, bem como apoiar pesquisas de emissões de carbono e combustíveis sustentáveis”.
Da maneira que foi feito (sob sigilo), lança sérias suspeitas sobre a adequação da Ferrari às regras do regulamento. E dá brecha para que todas as demais tivessem razão que os italianos estavam com algo fora das regras. E mais: se isso aconteceu ano passado não foi uma repetição de 2018? Os desdobramentos não são somente técnicos.
Ora, é normal que as equipes busquem as brechas do regulamento. Um exemplo mais recente é a aparição do DAS da Mercedes. E até mesmo o sistema de controle de freio da Renault no ano passado (curiosamente considerado legal tecnicamente, mas não desportivamente). Mas este acordo dá brecha para comentar: se eu não posso por que eles podem? Aí se levanta novamente uma centelha para renovar a fogueira do favorecimento da FIA para a Ferrari….
O fato é que diante disso, se justificaria esta possível “falta de andamento” da Ferrari nesta pré-temporada. O fato é que para esta temporada, a UP foi inteiramente revisada e diz a alemã Auto Motor Und Sport que não carregaria a diferença que o Tipo 064 teve na temporada passada. Diante disso, os italianos teriam mudado o projeto e estariam neste momento sem tanta potência quanto antes, sendo que somente uma nova versão seria introduzida no meio do ano, recuperando o que foi “perdido” agora.
Mas depois disso tudo, cabe pensar: será que este ritmo fraco é verdadeiro? Não estaria a Ferrari “escondendo o jogo” e agora ficaria liberada para mostrar o verdadeiro desempenho após este “salvo-conduto” emitido pela FIA em um momento em que os carros agora só vão para a pista em Melbourne (confirmado até o momento em que esta coluna está sendo escrita, dada a ameaça do coronavírus)?
O fato é que soou como uma “delação premiada” e o culpado foi liberado, mas tendo que prestar “serviços comunitários”. O clima na Austrália será bem pesado e a Ferrari terá muito o que explicar. Mais uma vez, a velha senhora da F1 traz o peso da desconfiança sob suas costas e cabe ver o que os outros farão. Talvez alguém possa abrir um pedido de investigação para saber o que estamos realmente a extensão do que abrange o “acordo”.
FIA e Ferrari possuem corpos jurídicos de grande envergadura e fazer cair este sigilo será um trabalho que exigirá muito suor e lógica, mas que pode criar mais uma pesada ferida na F1 neste momento em que ainda não estão totalmente fechados os acordos comerciais e de governança da categoria. Uma punição agora para a Ferrari nos remeteria a 2007 e a punição dada à McLaren.
Quem agora se apresarão para atuar são os profissionais de Relações Públicas. O estrago está feio e não sabemos até onde pode chegar. É mais uma coisa para que a Liberty se preocupe além de monitorar locais de prova para ver se teremos corridas ou não. Este é um terremoto que teve seu epicentro na sexta e não sabemos qual é a extensão de suas réplicas e danos. Mas que não deixarão as coisas como eram…
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