Adrian Newey alerta: F1 está no limite das regras atuais

Gênio da engenharia aponta desafios técnicos e dificuldades no desenvolvimento dos carros

Adrian Newey acredita que a Fórmula 1 atingiu o limite do regulamento técnico atual, com as equipes enfrentando dificuldades crescentes para desenvolver seus carros sem comprometer a estabilidade.

As regras de efeito solo foram introduzidas em 2022 e permanecerão em vigor até 2025, antes da grande reformulação de 2026. Apesar do domínio da Red Bull nas duas primeiras temporadas deste ciclo, 2024 mostrou um equilíbrio maior, com sete pilotos vencendo múltiplas corridas por quatro equipes diferentes: Red Bull, Ferrari, McLaren e Mercedes.

Além disso, a disputa acirrada ficou evidente nas sessões de classificação. No fim de 2024, os seis primeiros do Q3 ficaram separados por menos de meio segundo em várias ocasiões.

No entanto, ao mesmo tempo em que a competitividade aumentou, as dificuldades técnicas também se intensificaram, com diversas equipes enfrentando problemas como instabilidade, perda de equilíbrio e quique (porpoising) ao tentar extrair mais desempenho de seus carros.

Newey explica os desafios do efeito solo
Com experiência desde a era anterior do efeito solo nos anos 1980, Newey explicou ao Auto Motor und Sport que esses problemas são inerentes ao conceito aerodinâmico atual:

“É da natureza das coisas. Um carro de efeito solo sem saias laterais, como nos anos 80, sempre será propenso à instabilidade. Você está buscando cada vez mais vácuo, mas sempre terá dificuldades com vazamento de ar pelas laterais”, disse ele. “Isso gera perdas de downforce em alguns lugares, que são ainda maiores quanto mais baixo o carro estiver.”

A Red Bull, por exemplo, começou 2024 de forma dominante, mas enfrentou dificuldades com o equilíbrio do carro ao longo da temporada. Outras equipes, como Ferrari e Racing Bulls, tiveram que reverter atualizações porque causaram problemas de quique. Já a Mercedes passou grande parte do ano tentando encontrar a melhor janela de acerto.

Apenas McLaren e Haas conseguiram desenvolver seus carros sem grandes efeitos colaterais. Para Newey, essa situação é um sinal claro de que as equipes já chegaram perto do limite do regulamento atual.

Harmonia entre mecânica e aerodinâmica é essencial
Outro problema recorrente das equipes tem sido a discrepância entre os dados do túnel de vento e o desempenho real na pista. A Racing Bulls enfrentou esse dilema em 2024, e a Mercedes sofreu com o mesmo problema desde 2022 com o conceito “zeropod”.

Newey enfatizou a importância da integração entre as áreas. “Mecânica e aerodinâmica devem estar em harmonia. Isso é especialmente verdadeiro para carros de efeito solo.”

Adrian Newey alerta: F1 está no limite das regras atuais
Foto: Aston Martin

Newey se junta à Aston Martin e tem dúvidas sobre impacto em 2025
A Aston Martin teve dificuldades para evoluir seu carro em 2024 e espera que Newey, que assumirá como Managing Technical Partner (traduzindo, algo como Gerente Técnico Parceiro), em março, possa guiar a equipe rumo a um futuro mais competitivo.

No entanto, o engenheiro deixou claro que sua prioridade será o carro de 2026, mas reconheceu que o proprietário da equipe, Lawrence Stroll, pode querer que ele participe do projeto de 2025:

“Sem dúvida, Lawrence vai querer que eu me envolva um pouco no carro de 2025. Se eu realmente poderei contribuir com algo ou não, não tenho ideia até começar.”

Com a mudança iminente dos regulamentos em 2026, a Aston Martin aposta que a chegada de Newey poderá ser o diferencial para se tornar uma equipe de ponta na nova era da F1.



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