O automobilismo nesta segunda feira teve sinais contraditórios. Embora de categorias diferentes, não deixa de ser um aviso para os tempos vindouros.
Na manhã desta segunda-feira (27), a F1 soltou uma série de notícias: GP da França cancelado, GP da Inglaterra com portões fechados e a intenção de realmente começar os trabalhos na Áustria, dia 5 de julho.
Em carta aberta, Chase Carey, CEO da categoria, agradeceu aos fãs pela paciência e anunciou o esboço de um calendário por continentes, mas mantendo o encerramento em Abu Dhabi. A ideia é anunciar em breve um calendário de 15 a 18 provas, dependendo da evolução da pandemia da COVID-19.
Seria uma notícia animadora em um momento em que uma percepção de “que o pior já passou” na Europa e se discute uma retomada gradual das atividades. Tal ação hoje mostra que a F1 quer ir mais além do que uma mera posição alegórica e começar a agir efetivamente.
Entretanto, um outro sinal também veio do Velho Continente, mas de alerta. A Audi anunciou que está deixando o DTM no final deste ano, ajustando o foco para as competições de GT e na Fórmula E.
Tal anúncio, além de marcar um alinhamento da marca à estratégia do Grupo VW, que é jogar as fichas na eletrificação, deixa o DTM praticamente jurado de morte, pois só resta a BMW oficialmente no certame. O CEO da categoria, Gerhard Berger, que já vinha buscando alternativas para manter a categoria ativa, tem a sua tarefa mais complicada ainda.
A decisão da Audi acende a luz amarela na F1. Com a crise criada pela pandemia, a indústria automobilística é uma das mais prejudicadas, com boa parte do parque fabril fechado, tem a necessidade de grandes investimentos em novas formas de energia e incentivos para que as vendas voltem a níveis minimamente sustentáveis. Neste quadro, os gastos com os programas de competição passam por uma apertada revisão.
E como já posto em colunas anteriores, a F1 se vê cada vez apertada nos mais diversos quadrantes. Sabe que tem que cortar custos e se reinventar. Mas se comporta como um doente que se recusa a aceitar o diagnóstico do médico e ainda o desafia. A maior prova é a discussão sobre o teto orçamentário.
A Liberty vai tentando se movimentar e se capitalizar para a tempestade (ver a última coluna). E chamou a atenção a notícia de que o Fundo Soberano da Arábia Saudita se tornou um dos maiores acionistas da Live Nation, subsidiária da Liberty na área de eventos e que teve parte do seu controle movimentado internamente para permitir que a F1 conseguisse um caixa de cerca de US$ 1,3 bilhões.
O quadro de provas sem público provocará uma sangria nos cofres da Liberty para apoiar os promotores, além de reduzir valores para repasse às equipes. Como já dito antes, este fato juntamente com a revisão de investimentos de patrocinadores e controladoras é que farão os orçamentos desinchar. Uma possível canetada da FIA pode ajudar. Mas quando a crise bate no bolso, milagres se operam.
A F1 deve ver hoje o DTM. Caso contrário, corre o risco de sofrer do “Efeito Orloff” (Eu sou você amanhã, slogan usado na década de 80 pela Vodka Orloff para garantir sua qualidade). Passa o tempo e ignorar os sinais pode ser muito perigoso…
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