Romain Grosjean está a pouco mais de um mês de distância de testar um carro da Mercedes da F1. O francês, que deixou o grid no final da temporada 2020, vai ter a oportunidade de guiar o W10 antes do GP da França em Paul Ricard. Após a experiência de quase morte no GP do Bahrein, o piloto tem recebido uma segunda chance merecida.
Romain não foi daqueles pilotos brilhantes e fora da curva que aparecem de forma rara. Na verdade, durante seus nove campeonatos completos na categoria chegou a cometer alguns acidentes e barbeiragens – como se esquecer daquele banimento de uma corrida após a batida na largada do GP da Bélgica de 2012? Mas não é só por isso que vai ser, e é, lembrado.
O francês defendeu três equipes ao longo dos anos – Renault, com quem disputou apenas sete etapas em 2009, Lotus e Haas. Então, desde sua estreia oficial em 2012 até o final da caminhada em 2020, foram dez presenças no pódio, enquanto em termos de abandonos, soma 44, mas nem todos por sua culpa. A campanha de 2013 foi a mais forte do competidor, que terminou o ano em sétimo.
Mas Grosjean ficou marcado na história da Fórmula 1 mais do que apenas um piloto trapalhão e que, vez ou outra, subiu ao pódio. Romain, pai de três, como tem orgulho de expressar, é um personagem carismático, conquistou o afeto de grande parte do paddock e que protagonizou uma das cenas mais chocantes da história da categoria.
No GP do Bahrein do ano passado, ainda na largada, se envolveu em um toque com Daniil Kvyat. O piloto acabou escapando da pista e atingiu com violência o guard-rail, com sua Haas partindo ao meio e pegando fogo instantaneamente. Foram quase 30 segundos de respiração presa e muita apreensão até a cena que todos queriam ver: o francês saiu da bola de fogo. No final, sofreu queimaduras leves na mão direita e no tornozelo, enquanto a mão esquerda ficou mais lesionada, mas já se recupera.
Grosjean falou diversas vezes que achou que fosse morrer. Encarou a morte de frente e que sentiu o corpo relaxar, mas pensou em sua família e isso o deu força para se desvencilhar da situação. O competidor olhou a morte nos olhos e decidiu que não era a hora dele, e nem deveria ser. Agora, vive uma segunda chance mais que merecida.
Sem espaço para seguir na F1 com a Haas, Romain buscou outro rumo para sua vida e se encontrou nos Estados Unidos: em 2021, assinou com a Dale Coyne para disputar a temporada da Indy, mas sem os ovais. Após duas etapas, tem uma décima colocação como melhor resultado e aparece em 22º na classificação.
E o competidor de 35 anos vai ter mais uma oportunidade de comandar um carro da F1 – e um carro campeão. Antes da corrida em Paul Ricard, que acontece em 27 de junho, vai estar atrás do volante do W10 da Mercedes, mesmo carro em que Lewis Hamilton conseguiu seu sexto título mundial.
Grosjean deixou a Fórmula 1 sem títulos, vitórias e amargou um final complicado com uma Haas que não podia entregar resultados. Mas uma coisa é certa: o francês deixou sua marca na categoria, fez história do seu jeito e depois de ficar cara a cara com a morte, recebe uma segunda chance na carreira – e na vida – mais do que merecida.
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