A Mercedes está preparando Andrea Kimi Antonelli para sua estreia na Fórmula 1 em 2025, com um plano que busca equilíbrio entre altas expectativas e desenvolvimento gradual. O jovem piloto italiano substituirá o heptacampeão mundial Lewis Hamilton, que se transferiu para a Ferrari.
Segundo o chefe da equipe, Toto Wolff, Antonelli acumulou uma extensa quilometragem em carros da categoria.
“Ele completou cerca de 9.000 quilômetros em carros de Fórmula 1”, revelou Wolff em entrevista à AMuS. O piloto conciliou sua temporada na Fórmula 2 com um programa de testes que incluiu modelos anteriores da Mercedes.
Apesar da preparação intensa, Wolff alertou que as expectativas para 2025 precisam ser ajustadas: “Se você espera que ele faça pole position em Melbourne, vença a corrida e imediatamente dispute o campeonato, o risco é alto, porque isso não vai acontecer”, explicou.
O chefe da equipe destacou que o objetivo principal é usar 2025 como um ano de transição, mirando resultados mais consistentes com a mudança de regulamento em 2026.
“Se adotarmos a abordagem de que o garoto tem 18 anos, é muito talentoso, mas obviamente precisa crescer e cometerá erros, então o risco é limitado”, acrescentou. “É por isso que estamos fazendo isso. Consideramos 2025 como um ano de transição e queremos prepará-lo para 2026.”
A Mercedes também trabalha para conter a empolgação gerada pelos bons resultados de Antonelli nos testes. “Estamos avisando nossos stakeholders para não acreditarem que os bons resultados nos testes se traduzirão automaticamente em desempenho na pista.”
A estreia de Antonelli ocorre em um momento de transição na Fórmula 1, com várias equipes optando por dar espaço a novatos em 2025. Wolff citou o impacto das performances de Oliver Bearman, que pontuou com a Ferrari em sua estreia, e de Franco Colapinto, na Williams, como exemplos de como os jovens têm demonstrado potencial rapidamente.
“Haverá novos regulamentos em 2026”, afirmou. “As equipes querem se preparar para isso. É por isso que preferem treinar os estreantes no próximo ano.”
“Acho que um dos gatilhos foi a estreia de Oliver Bearman na Ferrari. Ele entra no carro despreparado, faz uma sessão de treino livre e anda na frente.”
“Depois, [Franco] Colapinto [na Williams] também impressionou logo de cara. De repente, todos perceberam que os jovens estavam começando em um nível muito alto.”
Embora a Mercedes veja Antonelli como um futuro grande nome da F1, Wolff enfatizou que ele precisará de tempo para justificar o rótulo de “criança prodígio”. “Esperamos que isso aconteça mais cedo ou mais tarde, mas certamente não logo no início”, concluiu o chefe da equipe.