Após um membro da equipe McLaren ter sido infectado pelo coronavírus antes do GP da Austrália, o campeonato vive um impasse grande quanto à realização ou não da corrida de abertura da temporada de 2020. O time inglês desistiu da prova, mas a categoria ainda não confirmou oficialmente se corre ou não.
» F1 cancela o GP da Austrália por conta do coronavírus
Apesar de única, a situação remete a outras na história do campeonato, quando eventos externos – técnicos ou não – acabaram influindo de maneira atípica no esporte. Relembre alguns:
GP do Japão, 2014
Com um tufão previsto para o dia e hora da corrida, a F1 e os promotores da prova tomaram a pior atitude possível: não tomar nenhuma atitude. O GP foi disputado sob chuva incessante, intervenções do Safety Car e até uma bandeira vermelha pelas condições climáticas. Entretanto, sua segunda metade foi disputada dentro da normalidade, até um pequeno aumento da chuva que levou ao acidente do alemão Adrian Sutil, da Sauber. Um veículo de extração recebeu ordem de retirar o carro do alemão sem que a corrida fosse neutralizada com um Safety Car. Na volta seguinte, Jules Bianchi perdeu o controle de sua Marussia na mesma curva e acertou o trator que rebocava o carro em cheio. O francês sofreu uma desaceleração de 254 G no impacto, entrou em coma e morreu nove meses depois, em julho de 2015.
GP do Bahrein, 2012
Um ano depois de cancelar a corrida (que seria a abertura do mundial) devido à onda revolucionária de manifestações da Primavera Árabe, a F1 confirmou sua quarta etapa de 2012 no Bahrein. A prova era cercada de tensão, com inúmeros protestos locais contra sua realização. Na quinta-feira antes da realização da prova funcionários da Force India tiveram o veículo atacado enquanto iam do circuito para o hotel onde estavam hospedados. No dia seguinte, o time participou apenas do TL1 e foi para o hotel antes de anoitecer como medida de segurança. No sábado a equipe sofreu a ira da FOM, que durante o dia não mostrou seus carros na transmissão. Ainda assim, Paul di Resta conseguiu um sexto lugar na corrida.
GP do Bahrein, 2011
Abertura da temporada em 2011, o GP do Bahrein foi primeiramente adiado e depois cancelado pela Fórmula 1 devido ao auge da Primavera Árabe. Em fevereiro, uma prova da GP2 Asia havia sido cancelada devido a protestos em Manama, capital do país. Poucos dias depois, foi anunciado que a corrida da F1 seria adiada de maneira indefinida. Em junho, após reunião entre os times e o chefão Bernie Ecclestone, ficou definido que a corrida seria cancelada definitivamente.
GP dos EUA, 2005
Depois de falhas nos pneus Michelin durante os treinos de sexta-feira nas Toyotas de Ralf Schumacher e Ricardo Zonta, a fabricante francesa comunicou a suas equipes que só assegurava a integridade de seus pneus por 10 voltas devido às grandes forças laterais sofridas na curva 13 (curva do oval utilizada pela F1). Foi sugerido que uma chicane fosse construída no local, entretanto a ideia foi descartada pela FIA. Assim, os 14 carros que utilizavam pneus Michelin apenas deram a volta de apresentação e retornaram às garagens no dia da corrida. Apenas as três equipes que utilizavam pneus Bridgestone – Ferrari, Jordan e Minardi – correram.
GP de San Marino, 1994
Depois do assustador acidente de Rubens Barrichello na sexta-feira e da morte de Roland Ratzenberger no sábado, a F1 continuou com o final de semana que seria lembrado para sempre como o mais trágico de sua história. Inclusive, até hoje se comenta que o austríaco da Simtek teria morrido na pista, mas que sua morte foi apenas declarada no hospital para que o evento pudesse seguir – já que de acordo com a legislação italiana em caso de morte no local de um evento o mesmo deve ser suspenso para uma perícia. No domingo, a largada teve o acidente entre JJ Lehto e Pedro Lamy, no qual pedaços feriram nove pessoas na arquibancada. Seis voltas depois, Ayrton Senna bateu na curva Tamburello e, apesar das sérias lesões cerebrais, teve morte também declarada no hospital horas depois. A prova seguiu, e no fim Michele Alboreto saiu dos boxes com uma roda mal colocada em sua Minardi, que se desprendeu no pit lane e acertou dois mecânicos da Ferrari e dois da Lotus.
GP da África do Sul, 1985
Sob o famigerado regime de segregação racial (conhecido como Apartheid), o país havia declarado estado de emergência em 1985 e não se sabia durante a temporada se a prova realmente ocorreria. No fim, a corrida foi confirmada pelo então presidente da FISA, Jean-Marie Balestre, apesar da pressão do governo francês. Renault e Ligier não fora para Kyalami. A Marlboro ordenou que seus anúncios fossem retirados da McLaren, e até os brasileiros Nelson Piquet e Ayrton Senna quase tiveram a participação inviabilizada por sanções do governo brasileiro. No fim, a corrida aconteceu e Nigel Mansell conquistou a segunda vitória de sua carreira na F1.
GP de San Marino, 1982
No auge da guerra entre a FISA (ex-braço esportivo da FIA) e a FOCA (associação de equipes comandada por Bernie Ecclestone), o GP de San Marino em Ímola contou com apenas 14 carros após as equipes Brabham, Williams, McLaren, Lotus, Theodore, Ensign, March, Ligier, Arrows e Fittipaldi boicotarem a corrida. A briga política tinha origem na distribuição de fundos entre os times, mas foi aflorada devido à desclassificação de Nelson Piquet no GP do Brasil pela utilização de dutos de água para refrigerar os freios. Assim, apenas os times alinhados à FISA – Ferrari, Renault e Alfa Romeo – correram a prova em Ímola, ao lado de times menores, como Tyrrell, Toleman, Osella e ATS, que citaram compromissos com patrocinadores para não aderirem ao boicote.
GP da Espanha, 1980
No início da guerra FISA-FOCA, a prova espanhola foi cenário da primeira briga entre as equipes com a organização do mundial. Sob a alegação de as montadoras Ferrari, Renault e Alfa Romeo eram favorecidas pela FISA, os times da FOCA obrigaram seus pilotos a não mais comparecerem nos briefings pré-corrida obrigatórios. A FISA cobrou multa dos pilotos nos GPs da Bélgica e de Mônaco pela infração, mas nenhum deles pagou. Assim, a FISA decidiu suspender as licenças de 15 pilotos. A organização do GP da Espanha se ofereceu para pagar as taxas para que a corrida acontecesse, mas o chefe da FISA – Jean-Marie Balestre – queria receber o pagamento dos próprios pilotos. No fim, a corrida foi realizada apenas com pilotos da FOCA, e sem Ferrari, Renault e Alfa Romeo. No dia seguinte, a FISA declarou que a prova não iria valer pontos para o campeonato.
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