Apresentação histórica mostra auge da F1 como esporte e entretenimento

Confira os bastidores da festa F1 75 Live direto de Londres

A F1 comemorou seus 75 anos com uma festa digna de sua relevância no esporte mundial. Com um clima de Oscar misturado a um show de rock e, claro, com o glamour que só a F1 sabe fazer, as dez equipes se apresentaram pela primeira vez juntas em uma cerimônia aberta ao público e transmitida ao vivo para mais de 200 países pela TV e streaming. O F1MANIA.NET acompanhou de dentro da O2 Arena com o jornalista Rodrigo França.

É verdade que os carros em si trarão ainda muitas novidades na pista – os testes de pré-temporada serão na semana que vem, no Bahrein. Mas a gestão da categoria acertou ao imaginar que, para o público “sedento” por conteúdo de esporte nesta época do ano sem GPs, ver em primeira mão como será a pintura nova dos carros 2025 e a apresentação oficial da nova dupla de pilotos já foi um grande espetáculo.

De fato, neste noite em Londres vimos pela primeira vez Lewis Hamilton fazendo uma aparição oficial em evento de F1 vestido com o tradicional vermelho de sua nova equipe, a Ferrari. Foi talvez o grande ponto alto da noite, com a arquibancada vibrando como se fosse um gol. A própria pintura do time chamou atenção no evento – com o branco entrando para destacar ainda mais o logo do importante parceiro do time, HP.

A noite também teve homenagem ao fundador do time, Enzo Ferrari, que nasceu em 18 de fevereiro. Não resta dúvida de que, se este evento existiu, foi porque Stefano Domenicali conseguiu convencer os ferraristas a fazer esta união dos times em uma única data e justamente na Inglaterra, sede da grande maioria das equipes.

Vimos também em primeira mão as novas cores de times que trouxeram importante mudança, como a Visa Cash App Racing Bulls, e também momentos históricos para nós, brasileiros. Primeiro, com a estreia oficial em um evento de F1 de Gabriel Bortoleto como piloto titular da Sauber Audi. Depois, com as diversas menções a Ayrton Senna nos clipes de 75 anos da F1 e no carro de 1988 com o qual ele conquistou seu primeiro título mundial exposto no lançamento da McLaren de 2025, junto com outros carros históricos do time britânico.

Senna aliás era um dos pilotos mais aplaudidos e celebrados toda vez que aparecia no telão. Os britânicos, claro, também eram os mais festejados, como era esperado já que a maioria do público era de ingleses. Mas ainda assim as vaias para Max Verstappen e, principalmente, Christian Horner, chefe da Red Bull, foram bem fortes – talvez por isso o holandês não tenha sido escalado para fazer um longo discurso na apresentação do time de Milton Keynes.

Polêmicas à parte, é inegável que a festa de lançamento da F1 foi um sucesso. Talvez até mais do que os próprios organizadores pensaram – houve quem perguntasse a este repórter: “você veio de São Paulo ‘só’ para cobrir este evento”? A surpresa passava logo quando alguém avistava o media center montado em um hotel próximo a 02Arena com a mídia do mundo inteiro – o clima era mesmo de um “GP número zero” da temporada.

Os times também tiveram esta sensação, de “um GP a mais na temporada”. Isso significa mais oportunidades de ativação com patrocinadores e parceiros e, portanto, mais dinheiro. Inclusive foi discutido nas entrevistas coletivas que os times pensam em criar formatos para esta época do ano justamente para que o público possa ver de perto carros e pilotos “sem a pressão” de um final de semana de corrida. “Como num dia de testes de pneu, por exemplo, a gente devia abrir este tipo de atividade para o público, ter sessões de autógrafo etc”, disse Zak Brown, CEO da McLaren e, não por acaso, do time atual campeão e cuja mentalidade de patrocinadores é mais próxima da norte-americana e do atual momento da F1.

É dele também uma frase de impacto dita em sua entrevista antes do F1 75 Live: a McLaren deve anunciar seu maior faturamento na história, mostrando que a saúde financeira das equipes vive seu melhor momento na F1.

E não é só pela conquista do título de construtores: as rivalidades voltaram a encantar o público, os carros estão mais competitivos (a diferença da última equipe para a primeira nunca foi tão pequena na F1, graças também ao teto de gastos) e, para coroar 2025 como ano histórico, o piloto com mais vitórias na história (Hamilton) vai correr no time mais vitorioso do esporte (Ferrari).

Durante muitos anos, a imagem de que o auge da categoria havia sido o final dos anos 1980 e começo dos anos 1990, juntamente com a era da globalização, cifras bilionárias de patrocínio e alcance de público. Sem dúvida, essa era, que é tão importante para nós brasileiros justamente por ser a de maior sucesso do país, com as conquistas de Nelson Piquet e Ayrton Senna, é conhecida como a “era de ouro” da F1.

Bernie Ecclestone inclusive foi mencionado na festa pelo próprio Domenicali como um dos responsáveis por esta época dourada da categoria. Mas desde a chegada da gestão da Liberty Media a categoria vem mostrando que o crescimento de novas audiências e ações extra pista, como o bom uso das redes sociais, da audiência gerada por Drive to Survive na Netflix e de finalmente conseguir emplacar no enorme mercado norte-americano, mostra que a F1 pode ter iniciado em 2025 sua segunda “era de ouro”..

Fernando Alonso contou que os campeões mundiais de hoje escreveram um recado para os futuros pilotos da F1 daqui a 25 anos, em 2050, quando a categoria será centenária. Não sabemos o que cada um escreveu, mas certamente os futuros pilotos que vão ler estes recados saberão que elas foram escritas em um fase que a F1 vivia seu auge como esporte e entretenimento.



Baixe nosso app oficial para Android e iPhone e receba notificações das últimas notícias.