A escolha de George Russell para a substituição a Lewis Hamilton no GP de Sakhir foi uma decisão que alguns podem achar delicadamente ardilosa. Com certeza, foi um movimento que caiu no gosto do público, que torcia para que o jovem inglês pudesse ter uma chance verdadeira de mostrar seu talento.
A constatação de que Lewis Hamilton foi diagnosticado com COVID, além de detonar uma série de teorias da conspiração, abriu uma janela para uma belíssima oportunidade para Toto Wolff testar Russell “à vera”. Piloto da academia Mercedes, já havia testado pela equipe anteriormente e deixou uma ótima impressão. Não à toa, era cotado para assumir um posto antes da confirmação da renovação de Valtteri Bottas.
A escolha inicial caberia colocar o piloto reserva Stoffel Vandoorne. O belga não seria uma escolha necessariamente ruim: jovem, técnico, conhece a equipe por trabalhar no simulador e conseguiu recuperar sua autoestima fazendo um ótimo ano na Fórmula E. Até isso seria a seu favor: tem ritmo de corrida, o que faz muita diferença para esta F1 onde as oportunidades de testar fora do campeonato são cada vez mais escassos.
E não à toa, Vandoorne terminou rapidamente sua participação nos treinos de pré-temporada elétrica em Valência (Espanha) e embarcou para o Bahrein. Só que uma grande ação estava sendo costurada nos bastidores…. (Aliás, depois merece uma análise: para que ter um piloto reserva na F1?)
Toto Wolff virou suas baterias para a liberação de Russell. Não podemos esquecer que, além de ser um piloto Mercedes, sua permanência na Williams garante alguns milhões de dólares de desconto no fornecimento das unidades de potência. Este é um trunfo que um bom jogador não hesita em usar para garantir a vitória. E o comunicado veio na manhã desta quarta-feira.
O movimento de Toto o deixou em condições de fazer um “estudo em situações controladas”. Muita gente coloca em dúvida a capacidade de Bottas de ser um verdadeiro piloto de ponta, como outros também questionam se Russell estaria pronto para assumir um posto em uma equipe do pelotão de frente. Afinal de contas, em dois anos de Williams, o jovem inglês teve até uma certa facilidade em andar na frente de seus companheiros de equipe. Ora, por quê não ter a chance de fazer a comparação em um final de semana completo?
Ambos entram na pista pressionados: Bottas, que tem a obrigação de andar na frente, afinal tem já tem três anos de casa e disputa o vice-campeonato contra Verstappen. Se Russell andar na sua frente, acaba pondo sua capacidade em xeque. Já Russell tem que mostrar serviço para confirmar a confiança que muitos lhe confiam. Só que se andar bem, os detratores dirão que “qualquer um que sentar na Mercedes anda bem”. Há muito a perder de ambos os lados.
E claro, há a sombra da não-confirmação ainda da renovação de Lewis Hamilton. Como dito acima, muita gente disse nas redes sociais que esta COVID foi conveniente e abriria a porta para um anúncio de aposentadoria por parte do multicampeão. Pode acontecer? Pode. Mas soa um tanto quanto improvável.
O Big Brother Mercedes acontece no fim de semana e com certeza dará todo o subsídio para que Toto Wolff possa pensar no futuro da equipe. Sakhir será importante para que a Mercedes consiga analisar todas as valências. Embora o foco agora seja garantir o vice-campeonato de Bottas e assim, obter as principais marcas do certame, o objetivo maior é ter subsídios para escolher as peças que garantirão o funcionamento perfeito desta engrenagem anglo-germânica.
Clique e receba as notícias da F1Mania.net pelo WhatsApp.
Siga-nos nas redes sociais:
Twitter
Facebook
Instagram
Inscreva-se em nosso canal no YouTube.
Confira o destaque do nosso canal no YouTube: Russell é escolhido para o lugar de Hamilton; Haas confirma Schumacher:
Ouça nossos podcasts diários na sua plataforma favorita:
Spotify
Google Play Music
Deezer
iTunes
Amazon