Zak Brown, CEO da McLaren, acredita que a estrutura de governança da Fórmula 1, que dá muito poder de voto às equipes, vem dificultando melhorias no regulamento da categoria.
Segundo Brown, as reuniões entre os chefes de equipe chegam a ser ‘constrangedoras’ devido à falta de consistência nas posições defendidas. Ele cita como exemplo o caso dos pontos de penalidade na superlicença. Quando Lando Norris estava perto de uma suspensão automática, Otmar Szafnauer, então chefe da Alpine, se opôs a reformas no sistema. Porém, quando Pierre Gasly (piloto da Alpine) passou pela mesma situação, Szafnauer mudou de ideia.
“Isso precisa mudar”, afirmou Brown. “Para tirar esse voto de ‘conveniência’ do sistema, acho que a FIA e a F1 precisam ter mais liberdade para regular a categoria em busca de justiça. Isso significa que vamos ter algumas mudanças. Haverá momentos em que perderemos no curto prazo porque queríamos bloquear algo.”
O dirigente acredita que reduzir a quantidade de votos necessários para aprovar mudanças, tornaria o sistema mais justo. Atualmente, 28 dos 30 votos (10 da FIA, 10 da FOM e 1 de cada time), são necessários para aprovar uma mudança de regra para o ano seguinte. Brown defende que a maioria simples deveria ser suficiente.
“Eu gostaria que as equipes tivessem menos autoridade. Ainda poderíamos opinar e votar em várias questões, mas gostaria de acabar com o voto de maioria e passar para um sistema onde 50% seja o suficiente para aprovar algo. Afinal, todos nós temos interesses conflitantes em algum momento” acrescentou.
Brown acredita que o excesso de regras é outro problema da F1. “As equipes são culpadas por criar muitos desses problemas, ao complicarem demais o que queremos dos carros e dos regulamentos. Algo acontece, e então passamos muito tempo entrando em detalhes e não necessariamente pensamos nas consequências não intencionais.”
Apesar de reconhecer a complexidade das regras atuais, Brown discorda de penalizações que levem em conta o resultado final de uma infração. “Acho que precisa haver consistência na aplicação das penalidades, independentemente do resultado do ocorrido”, completou o CEO da McLaren.
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