Na manhã desta sexta-feira, a Fórmula 1 anunciou que Singapura, Azerbaijão e Japão estão fora do calendário 2020. Os dois primeiros pelo fato de não terem tempo hábil para montar seus circuitos (estruturas grandes de rua) e o Japão pelo fato do governo local proibir a entrada de estrangeiros. Tudo isso por conta da COVID-19.
A não-confirmação do Japão foi a que chamou a atenção, ainda mais que este seria em tese o último ano do acordo fechado para que a categoria. Provavelmente, o exemplo de outras pistas deverá ser seguido e uma extensão ser negociada.
Isso acaba por fechar um pouco mais o cerco para a Fórmula 1, que mira um calendário de 15 a 18 etapas. Cabe sempre lembrar que a FIA prevê um mínimo de 8 provas em 3 continentes para que tenha a classificação de “Mundial” (embora questões de “força maior” deem a possibilidade de haver uma liberação) e os contratos de transmissão garantam um mínimo de 15 etapas.
Para garantir o campeonato, foi anunciado um calendário de 8 etapas, incluindo 2 rodas duplas na Áustria e Inglaterra. E a Fórmula 1 vai atrás do alvo móvel de fechar este calendário mínimo de 15 provas.
Uma das opções é seguir o exemplo da MotoGP, que anunciou um calendário provisório majoritariamente baseado na Espanha, com algumas provas na Europa. A possibilidade de Estados Unidos e Ásia ainda permanece, mas dependerá ainda das negociações.
Neste sentido, a Fórmula 1 aponta para Hockenheim, Mugello e Ímola. Portimão em Portugal também corre por fora, além de uma possível rodada dupla na Rússia. Caso esta possibilidade se concretize, teríamos um total de 14 etapas.
A perna americana tem interesse em ser realizada, mas a pandemia acaba por atrapalhar. Canadá se prejudica pela questão climática. Estados Unidos preocupa pois o Texas (estado onde está localizado o Circuito das Américas) tem tido um aumento nos casos e o governo local estima que eventos maiores sejam banidos até o final do ano. Com isso, a possibilidade de Indianápolis vir a pegar esta vaga, pelo menos este ano. México e Brasil estão no mesmo barco: depende de como a pandemia estiver controlada. O Brasil acaba saindo perdendo pois não tem taxa de pagamento envolvida e é um dos epicentros mundiais. O México anunciou que quer manter sua data, mas vai depender ainda da questão sanitária.
A China também se habilita para sediar a sua prova. Restariam Bahrein e Abu Dhabi, que tem dinheiro e várias possibilidades de traçados (Ross Brawn levantou hoje a possibilidade de usar um quase oval para o Bahrein, que é um dos traçados habilitados para sediar a F1). Em comunicado hoje, Abu Dhabi já foi confirmada como o fim da temporada (até mesmo por força de contrato).
Desta forma, conseguiríamos ter o número mínimo de etapas para atender a todos os compromissos comerciais e seria uma forma de minimizar o prejuízo da Liberty Media, que tem que agir junto aos organizadores, que perderam uma grande forma de arrecadação sem a entrada de público, e às equipes, que dependem das provas para poderem receber dinheiro e se manter vivas. Mas muitas outras ações precisam ser tratadas para o médio/longo prazo e a Liberty sabe disso.
O quebra-cabeças ainda segue sendo montado. A temporada 2020 de Fórmula 1 vai parecendo que vai acontecer de alguma forma. Entretanto, como dito várias vezes, a questão é um alvo móvel e pode haver reversão a qualquer momento.
Quem quiser ajudar a montar, segue o link da última lista da FIA com a homologação dos circuitos (https://www.fia.com/circuit-safety).
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