Oliver Oakes, chefe da Alpine, elogiou o apoio da Renault à equipe de Fórmula 1, em resposta às críticas de seu antecessor, Otmar Szafnauer. Desde que a Renault retomou com sua equipe em Enstone na F1 em 2016, passou por diversas fases de reestruturação. Szafnauer, que deixou a equipe em 2023, criticou a interferência do Grupo Renault no projeto de F1, afirmando: “Eles (Renault) não deveriam se intrometer. Deixem isso! É tão diferente de uma empresa automobilística, vocês deveriam apenas deixar para os especialistas”.
Em entrevista ao motorsport.com, Oakes reconheceu que há elementos de verdade nas críticas, mas ressaltou a importância do apoio da Renault: “O que eu diria é que nem sempre serve para todos”, disse Oakes. “Acho que é justo dizer que alguns elementos disso são verdade, e Szafnauer é um bom amigo, ele já esteve aqui antes, mas acho que as pessoas também devem se lembrar de quem paga as contas e quem apoia a equipe. E do meu ponto de vista, somos muito sortudos por ter esse apoio.”
Oakes ponderou que, às vezes, a interferência pode ser justificada. “É fácil sempre apontar o dedo para alguém que está ‘se intrometendo’, mas às vezes você tem que se perguntar, bem, por que eles têm que se envolver? É porque não estamos lidando com as coisas? É porque realmente tiramos o olho da bola? Você pode ficar frustrado a princípio, mas então você dá um passo para trás e diz: ‘Na verdade, provavelmente deveríamos ter feito isso melhor, mas não queríamos ouvir isso’,” afirmou.
O chefe da Alpine destacou a necessidade de construir confiança entre a equipe de F1 e a Renault: “Acho que no final das contas temos que trabalhar juntos. Temos que construir essa confiança. A F1 é um negócio complexo, assim como o mundo automotivo, e você não consegue acertar o tempo todo. Acho que obviamente o que aconteceu antes, todos têm seus pontos de vista, suas opiniões”, acrescentou.
“Do meu lado, talvez as coisas sejam um pouco diferentes agora. Talvez Luca (de Meo, CEO do Grupo Renault) tenha um contato mais direto comigo e com Flavio (Briatore, consultor executivo). Talvez a equipe tenha tido que atingir um ponto baixo para se ‘resetar’. Eu não sei. No final das contas, nada disso está impedindo você de fazer um bom carro de corrida”.
Oakes, o chefe de equipe mais jovem do grid da F1, liderou uma recuperação da Alpine no final da temporada passada, culminando em um pódio duplo no GP de São Paulo e garantindo o sexto lugar no campeonato de construtores. Ele afirmou não sentir pressão para a próxima temporada. “Todo mundo me diz, você sente isso como um peso nos seus ombros ou uma pressão? E eu realmente vejo isso de forma diferente. Não há um plano mestre. Não há coisas que foram ditas antes, ‘100 corridas’ e tudo mais. Nós só temos que evoluir. Temos que ser uma equipe bem administrada”, encerrou o chefe da Alpine.