Christian Horner quer evitar que pilotos da F1 se tornem “robôs” com a restrição da FIA

Christian Horner busca equilíbrio entre liberdade de expressão e regras da FIA para pilotos da F1

Christian Horner acredita que o principal propósito do esporte deve ser “entreter”, mas quer que as novas regras da FIA em torno da livre expressão dos pilotos parem antes que aqueles na pista se tornem “robôs”.

As novas regulamentações impostas pela FIA impedem “a produção e exibição geral de declarações ou comentários políticos, religiosos e pessoais, notadamente em violação do princípio geral de neutralidade promovido pela FIA em seus estatutos, a menos que previamente aprovados por escrito pela FIA”.

Isso significa que as camisetas usadas por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel na pista nas últimas temporadas, destacando a desigualdade racial, os direitos da comunidade LGBTQ+ e os problemas de mudança climática, não seriam permitidas sem a aprovação da entidade governante.

A FIA já foi criticada pelo agora aposentado Vettel por esse movimento, que ele descreveu como sendo “um pouco absurdo”, enquanto o piloto da Alfa Romeo, Valtteri Bottas, também expressou sua desaprovação à entidade governante por obrigar os pilotos a buscarem sua aprovação antes de defenderem causas importantes para eles no palco global.

Por outro lado, o diretor da equipe Red Bull, Horner, disse que “o esporte nunca deve ser usado como uma ferramenta política” porque “você tem esse elemento de fuga dentro dele”, mas ele não irá impedir que seus pilotos Max Verstappen e Sergio Perez falem sobre o que é importante para eles.

Ele também pediu cautela em relação às novas regras, pedindo à FIA que encontre um “equilíbrio” que ainda permita aos pilotos mostrar suas personalidades e falar sobre causas que chamem sua atenção.

“Nós, na Red Bull, nunca restringimos a liberdade de expressão de nossos pilotos ou sua capacidade de expressar suas opiniões, porque eles têm voz”, disse Horner aos repórteres na apresentação da RB19 da Red Bull em Nova York, segundo a BBC.

“Acho que é uma questão de encontrar um equilíbrio. No mundo em que vivemos hoje, todo mundo tem uma voz e isso não deve ser suprimido.

“Mas é claro, tem que ser feito de forma responsável. Então, não queremos uma série de robôs sem opinião correndo. Precisamos ser sensatos.”