Cifrões ao invés de velocidade: F1 em tempos de coronavírus

Sem corridas na pista e um festival de corridas virtuais (que merecerão uma atenção em breve) e provas antigas, a Formula 1 tem seu noticiário mais talhado à editoria de Economia do que a de Esportes. Temos que lembrar que, antes da gasolina (etanol ou eletricidade), o combustível do esporte a motor é o dinheiro….

Este espaço vem abordando o aspecto econômico da categoria nos últimos tempos. E o visitante do F1 Mania tem percebido o aumento de matérias neste sentido. Com a parte de finanças detonada pela pandemia do COVID-19, tornou-se importante tratar deste tipo de assunto

Nesta segunda, as equipes se reuniram para tratar mais uma vez de medidas para cortar custos. Neste momento, nenhum valor vindo da FOM entrou no caixa e com certeza desembolsos de patrocinadores e controladores estão sob controle estrito.

As equipes estão se virando como podem. A McLaren foi a primeira a anunciar que colocaria parte de seus quadros em licença e um corte de salário geral. Nesta segunda, Williams anunciou que seguiria a ação, junto com o corte de 20% nos salários da Alta Gerencia e pilotos. A Racing Point também vai seguir este caminho, mas não havia detalhado o seu pacote.

Para o ecossistema da F1, o ideal hoje era ter alguma previsão de etapas. Afinal, a roda é puxada da seguinte forma: se tem prova, tem receita de patrocinadores da categoria, das taxas dos promotores e da TV. Além disso, temos a exposição dos patrocinadores das equipes. Tudo isso gera recursos para pagar a estrutura e realizar os investimentos necessários. Só que não há previsão de retorno desta roda. A cada semana, uma previsão de início é cada vez mais lançada para frente…

Os passos dados até aqui são importantes. Mas é ainda preciso mais. Uma intervenção da FOM não seria descartada, podendo inclusive antecipar parte dos valores que as equipes tem a receber. Mas a FOM (Liberty Media) já tem seus próprios problemas e, além de negociar com pistas e televisões, tem que controlar bem o seu caixa diante das necessidades de empréstimos feitos e possíveis devoluções de pagamentos feitos por alguns promotores.

Nesta terça, a FOM anunciou que colocará metade da sua equipe em licença e cortar 20% do salário da gerencia por dois meses.

O real teto orçamentário da Formula 1 não vira em boa parte das novas regulações, que preveem limite de US$ 175 milhões. E mesmo que uma redução venha (uma redução de US$ 25 milhões foi acordada nesta segunda e uma segunda, indo para US$ 100 milhões, ainda precisa de detalhes para prosseguir), a realidade imposta pelo fluxo de caixa fará o ajuste ser feito. Tanto pelos patrocínios, que deverão repactuados em uma visão mais otimista, como pelos controladores.

Não será surpresa se, para garantir a sobrevivência, o pior medo de algumas equipes se concretize: a F1 se tornar uma F2 ou Indy grande. Se o pacote de congelamento for extensivo e as novas regras forem mais ainda para frente, a margem de manobra dos Diretores Técnicos e Engenheiros será bem reduzida

Com isso, poderemos ter revisões nas equipes, com redução de quadros. E a manutenção do cenário como está. Uma Ferrari, por exemplo, não teria tanto campo para tentar consertar o SF1000. E uma Red Bull talvez não pudesse contar com ganhos da Honda para disputar vitórias. Um congelamento técnico hoje, dependendo de como seja feito, serviria para cristalizar mais ainda as posições de força que temos na Formula 1.

Mas agora é o momento de olhar além. Em nome da sobrevivência, é preciso permanecer para poder progredir no futuro. A Fórmula 1 tem um aguçado sentido para continuar viva e se chegou aos 70 anos, não foi por acaso. Mas não se pode namorar com o perigo para sempre…
 

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