Bernie Ecclestone avisou que “não apostaria seu dinheiro” na permanência do GP do Brasil no calendário da F-1. Se financeiramente a etapa passa por problemas, na parte desportiva o evento ainda é um sucesso. Tanto que Lewis Hamilton e Nico Rosberg, os dois postulantes ao título de 2016, torcem para que Interlagos siga na categoria em 2017.
“É um grande prêmio histórico para mim, cresci assistindo às corridas daqui. Quando jogava (F-1) no computador era sempre o primeiro GP do calendário. Também sabendo que é a casa do Ayrton (Senna), sempre torna o evento especial. A pista é fantástica e os fãs são apaixonados. Esta é uma corrida especial e que eu ainda não venci, o que vou buscar amanhã (domingo). Por tudo isso, espero que não (saia do calendário)”, pontuou Hamilton.
“Não sei como as coisas funcionam, mas sei da batalha que estão tendo aqui com a economia. Espero que as coisas se acertem. Este grande prêmio tem de ficar no calendário, faz parte da herança da F-1, é um daqueles circuitos originais que não podemos perder”, continuou o tricampeão da Mercedes.
Depois de perder os principais patrocinadores em 2016, o GP do Brasil apresentará um prejuízo de 30 milhões de dólares (cerca de R$ 100 milhões). Quando há um buraco como este, a FOM (Formula One Management) é a responsável por bancar a dívida. Por isso Bernie Ecclestone colocou em dúvida o futuro de Interlagos no calendário a partir de 2017, mesmo que o contrato com a Prefeitura de São Paulo seja válido até 2020.
“Eu espero que a gente volte, claro, porque é uma pista maravilhosa, uma corrida maravilhosa e os fãs amam. Nós precisamos voltar para cá”, acrescentou Nico Rosberg.
Interlagos já havia recebido sete corridas de F-1 entre os anos 1970 e 1980 (73, 74, 75, 76, 77, 79 e 80), e desde que o traçado foi reformado, em 1990, não saiu mais do calendário. Com o principal piloto do país deixando a categoria (Felipe Massa), o futuro é ainda mais incerto. O vice-campeão de 2008 espera que a situação seja resolvida logo.
“Eu sei que o Bernie está colocando pressão, como ele faz em tantos circuitos que têm riscos com dinheiro, contrato, ou o que for. Sabemos como é o Bernie, mas estamos com uma crise no Brasil. Espero que a F-1 continue em São Paulo, mas claro que temos risco de perder. Só posso dizer o que espero, e espero que o Brasil fique (no calendário). Mas pela crise no país as coisas podem mudar. Espero que resolvam isto e tudo siga normalmente”, analisou Felipe Massa.
Por Thiago Ferri
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