Sabemos que chegar à Fórmula 1 não é uma tarefa fácil de se cumprir. Classificar para um GP e largar já são conquistas grandes para um piloto, que por sua vez precisa dedicar uma vida inteira de esforços para sentir o sabor de guiar os carros mais fantásticos e avançados do mundo.
No entanto, se por um lado ser contratado por uma equipe de F1 te eterniza na história do automobilismo, há também o lado ruim disso. Afinal, se existem recordes positivos como os de títulos, vitórias e poles, há também o outro lado da moeda: recordes que ninguém quer ter.
Confira abaixo dez deles e os respectivos donos:
Maior número de corridas sem uma vitória: Andrea de Cesaris (214 GPs)
Com 214 GPs na conta, Andrea de Cesaris jamais pisou no lugar mais alto do pódio. O italiano, que chegou ainda bem jovem ao mundial – aos 21 anos, em 1980, e atuou até 1994 – conseguiu apenas cinco pódios e uma pole position na carreira. Seus melhores resultados foram dois segundos lugares nos GPs da Alemanha e da África do Sul em 1983, quando corria de Alfa Romeo. Entretanto este não é o único recorde negativo que o italiano detém nesta lista…
Maior número de voltas lideradas sem uma vitória: Chris Amon (183)
Certa vez, Mario Andretti tirou um barato da falta de sorte de Chris Amon. O campeão mundial de 1978 teria dito que “se Chris fosse coveiro as pessoas parariam de morrer”. Fato é que Amon ganhou oito provas de F1 fora de campeonato, mas jamais cruzou a linha de chegada em primeiro em uma corrida válida. Seus azares incluem perder a viseira enquanto liderava uma prova (Itália, 1971), ter o pneu furado com boa vantagem (EUA, 1970 e França, 1972) e problemas de embreagem a poucas voltas de um triunfo certo (Canadá, 1968). O prêmio de consolação para o neozelandês na carreira foi a vitória nas 24 Horas de Le Mans de 1966 (sim, a famosa edição do filme Ford vs. Ferrari) ao lado do compatriota Bruce McLaren ao volante do Ford GT40.
Maior número de corridas sem pole: Sergio Perez (179 GPs)
Algo que não é muito comentado é o recorde de Sergio Perez. Sempre andando por carros de times médios em sua carreira na F1, o mexicano jamais teve a oportunidade real de largar na frente em uma corrida por falta de desempenho no equipamento. Entretanto, Perez soma até hoje oito pódios por Sauber e Force India/Racing Point em 179 corridas – bom número quando se leva em consideração sua trajetória.
Maior número de corridas sem pódio: Nico Hulkenberg (179 GPs)
O alemão virou meme nos últimos anos pelo fato de nunca ter subido no pódio. Seu conhecido recorde negativo teve poucas chances de ser quebrado, e – pelo fato de Hulk não estar mais no grid da F1 – pode durar para sempre. Injusto com o alemão, que mostrou qualidade para conseguir pelo menos um troféu da F1, mas nunca teve carro para tal (apesar de ter tido oportunidades). O prêmio de consolação – assim como no caso de Amon, já citado neste texto – é a vitória nas 24 Horas de Le Mans em 2015, no meio da temporada da F1.
Maior número de corridas sem jamais pontuar: Luca Badoer (58 GPs)
Campeão da F3000 em 1992 em um grid com nomes como Rubens Barrichello e David Coulthard, poucos podiam imaginar que Luca Badoer encerraria sua participação na F1 sem ao menos um pontinho. O mais próximo que o italiano chegou de marcar foi no GP da Europa de 1999, quando o câmbio de sua fraca Minardi lhe traiu a 13 voltas do fim no momento que era o quarto. Na ocasião, Luca não conteve as lágrimas e chorou copiosamente ainda de capacete ao lado do carro. Mas justiça seja feita: Badoer foi peça fundamental no domínio de Michael Schumacher e Ferrari na F1 no início dos anos 2000 como pilotos de testes. Algo que nem o pouco feliz retorno à F1 em 2009 para substituir Felipe Massa será capaz de apagar.
Maior número de entradas sem jamais largar: Claudio Langes (14 GPs)
O italiano foi companheiro de Roberto Moreno na Eurobrun durante temporada de 1990 da F1, quando a categoria ainda tinha mais carros do que lugares no grid das corridas. Com o fraco desempenho do carro, Langes tentou se classificar para 14 das 16 corridas sem sucesso, antes do time fechar as portas às vésperas dos GPs do Japão e da Austrália. Por sinal, Moreno se classificou para apenas para duas (EUA e San Marino) destas 14 provas. Com a falência da equipe, Langes jamais voltou a guiar um F1.
Menor carreira na F1 (se classificando para um GP): Ernst Loof (2 metros)
Um dos critérios para avaliar a carreira de um piloto na F1 é a longevidade. E do lado oposto de Rubens Barrichello – piloto com mais corridas no mundial até aqui, com 326 – temos o com a menor participação da história. O homem em questão é o alemão Ernst Loof, que abandonou sua única prova no campeonato – na Alemanha em 1953 – dois metros após largar devido um problema na bomba de combustível. O engenheiro da BMW – que formou a própria equipe para fazer esta prova – jamais competiu em outra corrida. De maneira triste, ele morreu três anos depois com um tumor cerebral.
Maior número de abandonos na carreira: Andrea de Cesaris (148)
Olha ele aí de novo! A má fama de batedor até lhe gerou o apelido de “Andrea de Crasheris” durante a carreira na F1. O italiano, que teve 214 provas, abandonou simplesmente 148 delas – o que convertido em porcentagem dá impressionantes 69,1% dos GPs. De Cesaris também detém os recordes de mais abandonos em uma temporada (14, em 1987) e de maior número de abandonos seguidos (22, entre os GPs da França de 1985 e de Portugal em 1986).
Maior número de GPs sem liderar nenhum: Martin Brundle (156 GPs)
Rival de Ayrton Senna na Fórmula 3 britânica, Martin Brundle teve uma carreira longa na F1, com 165 GPs disputados entre 1984 e 1996. Entretanto, o atual comentarista da TV inglesa Sky Sports jamais liderou uma volta deles, sendo o recordista histórico desta estatística negativa. A maior conquista da carreira de Brundle foram as 24 Horas de Le Mans de 1990 – corrida na qual, após um problema em seu carro principal (#1), a Jaguar transferiu o britânico para o carro #3, tirando o chileno Eliseo Salazar do trio que competia na corrida.
Mais vezes ultrapassado em uma só temporada: Charles Pic (70 vezes, 2012)
Esquecível. Talvez se pedissem para alguém resumir a passagem discreta do francês Charles Pic pela F1 de 2012 a 2013, provavelmente esta seria a palavra escolhida. No entanto, o piloto não saiu da categoria sem antes conquistar um recorde. Nas 20 corridas de 2012, Pic foi ultrapassado 70 vezes com seu carro da Marussia, se tornando o piloto que mais foi superado em uma só temporada. Importante: este número se refere só à perda de posições, portanto não estão aqui as vezes que ele teve que deixar os líderes da corrida passar por ser retardatário. O mais bizarro foi que ele ainda conseguiu seguir no mundial pela Caterham no ano seguinte, $abe-$e lá como…
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