Devo ir ou devo ficar? Mercedes faz suas escolhas na F1

O mundo da F1 foi sacudido nesta quarta-feira com a notícia publicada pelo site Racefans e o inglês Autocar que o Conselho de Administração da Daimler deverá se reunir no próximo dia 12 de fevereiro para decidir o futuro da Mercedes na categoria.

Não é de hoje que um jogo de estratégia vem sendo desenvolvido. Desde a entrada de Ola Kallenius no comando da montadora em maio do ano passado, uma orientação para uma nova Daimler para um novo tempo está em curso. E as negociações para o novo acordo comercial com a Liberty vem se desenrolando. Alguns, dizem que um acordo foi fechado, porém não formalizado (a grande discussão era a participação da equipe nos prêmios. O site Motorsport foi até mais detalhado: os americanos ofereceram cerca de 26% e a Mercedes não abria mão de um mínimo de 32%).

Diante do quadro, eis algumas razões para a Mercedes sair. Ou ficar.

 

PARA SAIR

– Desde quando entrou, Kallenius assumiu metas de redução forte de custos, recuperação da lucratividade e tornar a montadora neutra em emissão de carbono até 2039. Os dados preliminares de 2019 mostram resultados não tão bons. Então por que continuar gastando com a F1?

– Dentro do quadro de neutralizar suas emissões, a Mercedes estabeleceu um forte plano de eletrificação e não tem previsão para novos desenvolvimentos em seus motores à combustão, devendo parar de fabricá-los em 2026.

As atuais regras de motorização da F1 serão válidas até 2025, em princípio. A discussão para o que será utilizado adiante para manter a relevância da categoria.

-Mesmo gastando pouco em relação ao orçamento total (cerca de 20% das receitas da equipe vem da Daimler), a F1 é tida como cara. Sair da categoria daria um sinal simbólico de austeridade;

-A Mercedes ganhou todos os campeonatos de pilotos e construtores desde a introdução dos motores híbridos. Mesmo com o sucesso, é complicado manter a motivação. Sair agora seria uma ótima forma de manter a imagem.

 

PARA FICAR

– A F1 é tida como um ótimo elemento de marketing. Como já escrito várias vezes, a Daimler coloca cerca de 60 dos 340 milhões de libras do orçamento do time de F1   . E no seu último relatório, referente a 2018, a exposição na mídia para os patrocinadores calculada foi de US$ 2,8 bilhões de dólares.

– Mesmo com os valores astronômicos envolvidos (e subindo), a equipe vem fechando com lucro nos últimos anos. Em 2018, foram 13 milhões de libras.

– A F1 vem sendo um acelerador de tecnologias para a eletrificação. Tanto que a equipe de F-E se aproveitou de soluções desenvolvidas pela F1 para utilizar (aliás, membros do time foram deslocados para a esquadra elétrica);

– A chance de marcar seu nome definitivamente na história da categoria. Após ensaiar um domínio nos anos 50, os alemães vieram para as vitórias inicialmente pela McLaren e depois com a equipe própria. Este seria uma ótima motivação para prosseguir e justificar um dos principais pleitos alemães: ser considerado um time histórico. E se ficar até 2025, seria a oportunidade de ser hegemônica é tentadora.

Nesta mesma publicação, volta a trazer a conversa de algumas semanas atrás de que, caso a Daimler decida pela saída e ficar somente como fornecedora de motores, Toto Wolff se uniria a Lawrence Stroll, que está sendo atrelado a um grande investimento na Aston Martin, e assumiria efetivamente o time (Wolff é dono de 30% das ações), o rebatizando com a marca da tradicional montadora inglesa. E Stroll venderia a Racing Point para Dmitri Mazepin, endinheirado russo do ramo petroquímico, dono da equipe Hitech (que fará sua estreia na F2 este ano e pode ter Sergio Sette Câmara como piloto) e que foi um dos postulantes à compra da Force India, sendo preterido pelo consórcio canadense.

A bola agora está nas mãos dos alemães. As conversas vêm se desenrolando a meses (inclusive com a cúpula da montadora estar toda presente em Abu Dhabi) e agora é hora de definir. Vejo hoje a situação como 60% para ficar e 40% para sair. Vejo muito mais benefícios do que prejuízos no quadro. A Liberty fará o que puder para não perder este importante ator no quadro. E mais uma vez mostra a atual dependência da F1 nas montadoras (isso é papo para outra coluna). Mas se Stuttgart decidir sair, é totalmente compreensível.

Esta é uma coluna do jornalista Sérgio Milani, não necessariamente representa a visão da F1Mania.
 

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