Categoria: F1
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25 de março de 2020 13:00

Em tempos de quarentena, assista “Drive to Survive” no Netflix

O mundo vive tempos nunca antes vividos na chamada “Era Moderna”. Se em um passado houve uma guerra entre países, hoje os países se juntam em busca de uma solução para a pandemia de coronavírus.

Com boa parte da população em quarentena decidimos resgatar o texto do Gabriel Lima em que ele faz uma resenha de cada um dos episódios da segunda temporada de “Drive to Survive” série oficial da Fórmula 1 no Netflix como uma sugestão para o entretenimento numa hora tão difícil quanto esta, em que buscamos manter nossa saúde física, mas não podemos esquecer da nossa saúde mental.

Portanto, se você estiver procurando maneiras de se entreter neste momento, leia a resenha que preparamos e assista à série.

Depois de bem recebida pelos fãs e pelo público geral em 2019, a série Drive to Survive (ou “Dirigir para Viver”, como é chamada em português) chegou à sua segunda temporada na última sexta-feira (28) exclusivamente no Netflix. Depois de retratar a Fórmula 1 em 2018 no ano passado, agora chegou a vez de falar do ano de 2019. E desta vez com as adições de Mercedes e Ferrari, que haviam se negado a participar da série na primeira temporada.

A adição das duas principais equipes já fez a série melhorar bastante frente ao que foi entregue na primeira temporada, mas o ano de 2019 também ajudou, com a troca de pilotos na Red Bull, a crise na Williams, a ida de Daniel Ricciardo para a Renault, o GP do Brasil e até mesmo a trágica morte de Anthoine Hubert em Spa-Francorchamps.

O que é necessário dizer é que a série tenta retratar o mundo da F1 para fãs casuais do campeonato, não somente para aficionados. É claro, aficionados também são o alvo, mas trazer os bastidores da categoria para pessoas menos habituadas é claramente o maior foco. Inclusive, todas as vezes que a animação do mapa ilustra onde é a corrida que será exibida, o ponto inicial do mapa-múndi é os EUA. Coincidência? Provável que não.

Confira agora uma resenha de cada um dos dez episódios:

1. Apaguem as Luzes

Foto: William West/ AFP

O primeiro episódio retrata o final de semana do GP da Austrália – primeira corrida de 2019 – e toda a ansiedade envolvendo o início de uma nova temporada. A impressão que passa é que o documentário tenta contar histórias demais e a narrativa se perde um pouco. Entretanto, há um foco maior na estrela da casa – Daniel Ricciardo – e na equipe Haas pelo fato de seus dois carros terem abandonado em Melbourne em 2018 por conta de erros nos pit stops, o que leva à história de superação do sexto lugar de Kevin Magnussen apesar de Romain Grosjean abandonar com a roda solta também em 2019.

O destaque negativo do episódio é uma “mentirinha” para deixar o fim mais emocionante. Fala-se que é a última volta quando Max Verstappen ataca e ultrapassa Sebastian Vettel pelo terceiro lugar. Não é verdade, já que a manobra ocorreu na 31ª de 58 voltas.

2. Confronto Final

Foto: Haas F1 Team

Se o primeiro episódio é só “legalzinho”, no segundo as coisas melhoram bastante. Sim, a estrela da primeira temporada está de volta! O chefe da Haas, Gunther Steiner, mais uma vez rouba a cena, com seu carisma e seu vocabulário… digamos… pouco político. Este episódio cobre a temporada da Haas, desde o lançamento do carro, passando pela apresentação do polêmico patrocínio da Rich Energy e seu chefe excêntrico Willian Storey e os problemas de desenvolvimento que assolaram a equipe o ano todo.

As coisas esquentam no GP da Áustria, quando, em uma prova sem abandonos, os carros chegam em 16º e 19º lugares. Isso abre discussões internas interessantes sobre a frustração do resultado. Há também cenas de bastidores na casa de Steiner e em um barco a vela com Magnussen. No fim, quando ambos os carros batem na primeira volta em Silverstone, ocorre a discussão mais acalorada do episódio, principalmente após Magnussen quebrar a porta da sala de Steiner ao sair.

3. Briga de cachorro grande

Foto: Alexader Nemenov/ AFP

O terceiro momento de Drive to Survive busca criar uma história de rivalidade entre Carlos Sainz e Daniel Ricciardo. Usei a palavra “criar”, porque é o que acontece. Não houve nenhum tipo de incidente prévio entre os dois protagonistas como todos sabemos. O fato de ser apresentado ao espectador que Sainz teve que sair da Renault para dar lugar a Ricciardo depois que o australiano decidiu não ir para a McLaren faz a trama ter sentido.

Buscando ilustrar como a briga do meio do grid na F1 é disputada, o episódio relata as provas de Baku e Barcelona – onde Sainz soma seus primeiros pontos do ano e Ricciardo tem finais de semana difíceis, com destaque à batida de ré em Daniil Kvyat no Azerbaijão.

4. Dias difíceis

Foto: Srdjan SUKI / POOL / AFP

O esperado episódio sobre a Mercedes. Nele, entrevistas com Toto Wolff e Lewis Hamilton dão a dimensão da importância de Niki Lauda na fase vencedora da equipe alemã desde o início de 2014. Após sua morte, a vitória de Hamilton em Mônaco com a pintura de capacete utilizada por Lauda é tratada como um momento bastante emocional.

Mas eis que vem o GP da Alemanha (única etapa na qual a Netflix pôde retratar a Mercedes), e com ele várias cenas de bastidores daquela que foi a corrida mais desastrosa para o time alemão em 2019. Entre debriefs técnicos e uma febre sofrida por Lewis Hamilton, se destaca o final, quando o britânico pede sinceras desculpas a Wolff por ter batido durante a prova.

5. Grandes expectativas

Foto: Christof STACHE / AFP

Este é o primeiro de dois episódios que falam sobre a saída de Pierre Gasly da Red Bull. Nele, vemos a pressão sobre o francês em diversas corridas, incluindo críticas do chefe Christian Horner. Na primeira, ele diz que Gasly passava tempo demais analisando dados e deveria guiar mais intuitivamente. Em um segundo momento, em uma conversa entre Horner e Helmut Marko no Canadá, ambos brincam que fariam melhor que Gasly a última chicane da pista, onde o francês estava perdendo 0s4 para Max Verstappen.

Para contrastar, o episódio também conta as grandes façanhas de Verstappen na temporada, como sua grande vitória na Áustria (onde chega a dar uma volta em Gasly) e sua boa atuação Mônaco, onde tenta passar Hamilton e os dois se tocam. Aliás, mais uma vez há um erro de cronologia: a narrativa diz se tratar da última volta, mas a ocorrência se deu a três voltas da bandeirada.

6. Troca de pilotos

Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP

Com os dias de Gasly contados na Red Bull, o segundo episódio trata da chegada de Alex Albon. A história do piloto anglo-tailandês é bastante explorada, incluindo a prisão de sua mãe em 2012 por crimes financeiros – assunto que aparenta ser delicado para Alex. Inclusive, durante o GP da Bélgica, o assessor de imprensa da Red Bull impede que um jornalista faça perguntas sobre o tema a ele durante uma entrevista exclusiva.

É neste episódio que a morte de Anthoine Hubert é retratada, com reações dos pilotos e do paddock ao acidente, em especial de Gasly – amigo próximo de Hubert.

7. A cor da raiva

Foto: Rafael Catelan / F1Mania

Chegamos ao episódio da Ferrari. O time deu acesso a seus bastidores à equipe de filmagem da Netflix apenas no GP dos Estados Unidos, que foi uma corrida bem mais morna do que foi o GP da Alemanha para a Mercedes. Ainda assim, a rivalidade interna entre Charles Leclerc e Sebastian Vettel é bem retratada, após os problemas do alemão e a ascensão do monegasco durante o ano. Apesar disso, a controversa classificação em Monza é ignorada.

O choque de gerações e personalidades é evidente em uma cena na qual Vettel e Leclerc estão no mesmo carro e a música “Come Out And Play” da banda “The Offspring” começa a tocar. O alemão diz gostar, enquanto o monegasco – mais fã da música contemporânea – acaba não ligando muito.

8. Dança das cadeiras

Foto: Andrej ISAKOVIC / AFP

Este episódio trata de Nico Hulkenberg e sua demissão da equipe Renault. Contrariado pelo time da Netflix, o alemão muitas vezes não é tão político com a produção do documentário, principalmente em uma entrevista dada enquanto dirige para uma corrida. O GP da Alemanha, no qual sai da pista na chuva, bate e perde a chance de um pódio inédito é o foco da narrativa – que cria bastante tensão mesmo em quem já sabe o que vai acontecer.

Após isso, Cyril Abiteboul entende que não pode esperar mais para que Hulk deixe de ser uma promessa na F1, e opta por contratar Esteban Ocon para seu lugar para a temporada de 2020.

9. Sangue, suor e lágrimas

Foto: Mohd RASFAN / AFP)

O episódio que retrata a equipe Williams é um dos mais interessantes desta segunda temporada. Com grande acesso a bastidores e entrevistas de Claire Williams e Paddy Lowe (ex-diretor técnico do time), é possível ver o clima entre os dois deteriorando após o time perder os primeiros dias de testes na pré-temporada de 2019. Destaque para um cumprimento gelado de Claire a Paddy durante uma manhã na garagem da equipe em Barcelona logo antes de sua saída.

O foco muda para os pilotos do meio do episódio para frente. A história de superação do retorno de Robert Kubica é bastante explorada. Além disso, destaque para um debrief técnico onde George Russell se diz descontente com a equipe pelo fato de a imprevisibilidade do carro tê-lo feito parecer um “idiota” devido a inconstância de seus tempos de volta.

10. Bandeira quadriculada

Foto: Rafael Catelan / F1Mania

O último episódio fala sobre o emocionante GP do Brasil, usado como oportunidade para dar um desfecho às histórias de Sainz, Albon e Gasly. A história é a que você já conhece, apenas contada de um jeito bem mais hollywoodiano. Destaque para a comemoração do pódio de Gasly e para a confirmação do pódio de Sainz após a punição a Hamilton por bater em Albon.

Um ponto interessante é o fato de a assessora de imprensa da McLaren ter sido contra a ideia de ir ao pódio para celebrar o resultado para que o time não parecesse “desesperado”. No entanto, ela se torna voto vencido e toda a equipe vai ao pódio de Interlagos para celebrar o top 3 do espanhol. No fim, pequenos depoimentos de pilotos que pouco apareceram, como Kimi Raikkonen, Lance Stroll, Sergio Perez e Daniil Kvyat, dão um tom diferente ao encerramento. Lando Norris e Antonio Giovinazzi mal aparecem na série inteira.

 

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