A Fórmula 1 tem visto mudanças não apenas em tecnologia e performance, mas também na maneira como os pilotos interagem dentro e fora das pistas. Max Verstappen e Lando Norris, protagonistas de intensos duelos durante a temporada de 2024, são o exemplo perfeito dessa evolução. Apesar da rivalidade acirrada, a amizade entre eles permanece sólida, algo que o ex-piloto Jacky Ickx considera um reflexo dos novos tempos.
Ickx, que competiu em uma era de riscos extremos e disputas ferozes, reflete sobre como a F1 evoluiu. “Mas os riscos que corríamos eram muito maiores. Por isso, as corridas tinham outra aparência. Não sei o que Norris deveria fazer, mas sei que ele é jovem, e o mundo pertence aos jovens,” disse ele ao jornal Mundo Deportivo.
“Sobre Verstappen: eu o conheci em um evento. Ele foi muito simpático. Achei que fosse um cara legal, muito diferente de seu estilo de pilotagem. Ele representa um estilo de pilotagem agressivo, e é disso que as corridas se tratam. Trata-se de batalhas, e as batalhas são decididas em milésimos de segundo,” acrescentou.
Hoje, porém, os desafios vão além da pilotagem. Os pilotos precisam ser multifuncionais, e, segundo Ickx, isso criou um ambiente mais colaborativo, onde a rivalidade não precisa significar inimizade.
“Eles mudaram muito porque o trabalho também mudou. Nós costumávamos ser como mercenários. Agora, tudo é muito profissional, e você precisa ser bom em todos os aspectos, não apenas pilotar,” explicou o belga.
“Você precisa ser bom em marketing, saber se vender bem, ser um bom embaixador, realizar diferentes atividades, ler dados… é outro planeta,” acrescentou o ex-piloto de F1.
Embora admire o passado, Ickx acredita que viver o presente é essencial. “Para mim, viver o presente é o mais importante. Não sou nostálgico em relação ao passado. Acho que as coisas, do jeito que estão agora, estão boas. Somos privilegiados por ver que há um topo a ser alcançado e que, a cada ano, apenas uma pessoa consegue chegar lá,” concluiu.