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5 de dezembro de 2024 16:00

Exclusivo: Bortoleto diz que anúncio da F1 aumentou responsabilidade, mas foco permanece no título da F2

Gabriel Bortoleto tem um dos finais de semana mais importantes de sua carreira em Abu Dhabi, onde disputa no circuito de Yas Marina a decisão da Fórmula 2. Com 0,5 ponto de frente para Isack Hadjar, o piloto já tem vaga garantida na Fórmula 1, onde defenderá a Sauber, mas segue focado na disputa pelo título, ao qual fala em conquistar “pela honra” e para mostrar que o trabalho dele e da equipe Invicta foi recompensado.

Em entrevista exclusiva ao F1MANIA.NET, Bortoleto fala da preparação para a decisão da F2, e expectativa para andar novamente com um F1, e da mudança de tratamento no paddock, já que, mesmo ainda na categoria de acesso, já é um piloto da principal categoria do automobilismo mundial.

Pergunta: Gabriel, é a última etapa e foi uma jornada incrível. A gente sabe que você buscava disputar o título, mas você chega como líder, com 0,5 ponto de vantagem. O que isso muda para você, ou não muda nada e é só mais uma corrida?
Gabriel Bortoleto: É muito bom chegar nessa posição que estamos em Abu Dhabi. Foi uma temporada especial, estamos numa quinta-feira antes de começar um final de semana que vai ser muito intenso. 0,5 ponto de diferença. Independentemente do que aconteça, estou extremamente orgulhoso pela temporada que a gente teve. Liderando essas duas últimas etapas, estar na ponta do campeonato na última etapa, no ano de estreia na F2. É um sonho que, se eu fosse parar para pensar no começo do ano, nunca iria esperar isso, sendo bem sincero. Esperava andar bem, mas na posição que estou hoje, no estilo de pilotagem que estou tendo, liderança da equipe, estou muito orgulhoso. Nada muda no approach do final de semana, a gente segue o mesmo, focado, dedicado. Analisamos bastante telemetria hoje, fizemos coisas interessantes no carro. Estou preparado, feliz e leve.

Pergunta: O quanto ter obtido uma vaga na Fórmula 1 te deixa com o gosto de querer o título, mas sem ser obrigado a ser campeão?
GB: Isso não muda absolutamente nada. Você quer chegar na F1 e por isso você entra na F2 e nas categorias de base, mas o título não te garante nada. O título é uma questão de honra, uma questão de mostrar que todo o trabalho com a equipe e o esforço valeram a pena. E é essa a posição que a gente está agora. Eu sei o quanto a gente trabalhou na equipe, o quanto me dediquei para isso, e conquistar esse título vai ser especial para mim, e entregar o primeiro título de pilotos para a equipe seria muito legal.

Pergunta: O quanto é importante para você, nessa nova fase da carreira, poder se juntar a um grupo de pilotos que venceram a F3 e a F2 no primeiro ano, como Charles Leclerc, George Russell e Oscar Piastri?
GB: Esses são grandes nomes e que tem feito história na F1 hoje. Seria uma honra me juntar a eles. E quando as pessoas fizerem essa mesma pergunta para outros jovens pilotos que, se Deus quiser, terão a mesma oportunidade que eu tive, se meu nome estiver no meio, vai ser uma honra.

Pergunta: Você já tinha negociações naquela época, mas a corrida de Monza parece ter mostrado seu verdadeiro potencial para todos. Você vê dessa forma também?
GB: Eu acho que contou muito para uma decisão final para chegar à F1, pois são corridas que dão a certeza para chefes de equipe. As negociações estavam bem avançadas naquele momento, não acho que aquilo que definiu, mas uma corrida como aquela tranquiliza aqueles que estão arriscando em decisões como essa.

Pergunta: E como está a expectativa para guiar um F1 pela segunda vez na vida aqui em Abu Dhabi?
GB: Estou muito feliz e animado. Não vejo a hora de poder competir e treinar em Abu Dhabi. A última vez que andei foi na Áustria e foi uma sensação tão incrível. É viciante. Não vejo a hora de me sentar em um F1, me divertir e aprender tudo do zero.

Pergunta: Esse teste, inclusive, foi muito importante para você. A repercussão dele foi incrível na McLaren. Foi isso mesmo?
GB: Até onde fiquei sabendo, foi um bom teste. Foi muito bom, o pessoal ficou bem feliz e impressionado. Tomara que eu passe a mesma impressão para a outra equipe.

Pergunta: Sobre a Sauber, conversei com os pilotos da equipe e a expectativa do time para 2025 tem que ser melhor, pois esse ano foi muito difícil. Como você tem visto o trabalho como Sauber/Audi e como você vê esse novo projeto para 2025?
GB: Eu não acho que tem que ter expectativa de “ter que ser melhor”. O melhor é fruto de um trabalho, dedicação e muitos outros fatores. Estou entrando na equipe agora, vou fazer meu máximo para melhorar, sei que tem um trabalho sendo feito. Dá para ver uma evolução nesse final de temporada, e tomara que as coisas sejam melhores no ano que vem. Mas não há obrigação em ter que ser melhor. A gente sabe que é uma equipe em mudança de gestão e não é fácil esse momento. Da minha parte, vou dar 100%, o Mattia (Binotto) e todos da Sauber/Audi estão dando 100%, e consequentemente isso dará resultado.

Pergunta: Você agora tem finais de semana de piloto de F1. Assédio de imprensa, patrocinadores… Como você tem lidado com isso?
GB: Tenho boas pessoas ao meu redor cuidando dessa área para mim. Eu só tenho que focar e pilotar. Deixo todo esse trabalho de patrocinadores e imprensa com pessoas que trabalham comigo, e que tem feito um ótimo trabalho me tirando de coisas que não preciso fazer. Tenho orgulho da equipe que eu tenho. Mas sinto uma mudança no assédio que eu tenho, nos compromissos, que são maiores. Você tem responsabilidade maior, e faz parte. Mas não muda nada para mim.

O F1MANIA.NET acompanha o GP de Abu Dhabi ‘in loco’ com o jornalista Rodrigo França.



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