Fernando Alonso jogou um balde de água fria nas expectativas de um rápido salto da Aston Martin ao topo da Fórmula 1. Apesar de uma boa temporada de estreia do espanhol na equipe em 2023, que rendeu o quinto lugar no mundial de construtores, Alonso alerta que não existe uma ‘fórmula mágica’ para alcançar o topo da categoria.
Alonso chegou a sonhar com o segundo lugar no campeonato depois de seis pódios nas primeiras oito corridas, mas uma queda de performance no meio da temporada relegou a equipe para a quinta posição final. O bicampeão admite surpresa com o bom início, mas ressalta que progredir rumo ao topo será bem mais difícil.
“O ponto de partida está um pouco melhor do que eu imaginava”, afirmou Alonso. “Mas agora começa a verdadeira dificuldade. Acho que o primeiro passo, não vou dizer que é fácil ser competitivo, mas acho que com tantos exemplos, como a Alpine no ano passado, é estar às vezes até entre os cinco primeiros.”
“Vimos a AlphaTauri, o quanto eles melhoraram durante esta temporada. Então, digamos que aquele primeiro passo, para se tornar um candidato ao top 10, é a parte mais fácil. Agora vem o período complicado para a Aston Martin. Acho que os próximos dois ou três anos, para encontrar aquele algo a mais, para criar algo que ninguém tem no momento, para ser criativo, para ser inovador, acho que esse é talvez o maior ponto de interrogação que precisamos enfrentar, e acho que ninguém tem a resposta”, acrescentou.
A Aston Martin tentou conter a queda de performance com um pacote de atualizações em Austin, experimentando diferentes configurações aerodinâmicas nas últimas etapas. Alonso diz confiar no entendimento adquirido para o desenvolvimento do carro de 2024, mas avisa que a equipe precisa estar preparada para a volatilidade da F1.
“Eu acho que há indicações claras de algumas partes do carro que estavam com desempenho abaixo do esperado em alguns eventos”, disse ele. “Também havia filosofias diferentes no pitlane, mas também para nós na forma de extrair o desempenho desses carros. E acho que agora, com todos os experimentos e todo o conhecimento deste ano, entendemos melhor a direção para desenvolver o carro.”
Alonso continuou: “Mas essas coisas estão mudando constantemente, eu não acho que exista uma fórmula mágica e uma receita para desenvolver o carro. Se fosse assim, seria muito fácil para todos. Mas coisas que você talvez pense e confie agora, em seis meses, porque talvez a tendência seja mover o fluxo de ar de uma maneira diferente, ficam obsoletas e muito rapidamente. Então, precisamos ficar de olho”, encerrou o espanhol.
Com Alonso pregando cautela e destacando a complexidade do desafio, a Aston Martin tem uma árdua caminhada rumo ao topo da F1. O próximo ano será determinante para saber se a equipe conseguirá encontrar o ‘algo a mais’ necessário para brigar com as gigantes da categoria.