A Alpine confirmou que não venderá a propriedade intelectual (Intellectual Property – IP) de sua tecnologia de motor para a GM-Cadillac, como chegou a ser cogitado, mantendo a exclusividade sobre o projeto desenvolvido pela equipe de Viry-Chatillon. Bruno Famin, que continua à frente das operações de motorsport da Alpine, afirmou que a decisão faz parte de uma estratégia de longo prazo da Renault para reduzir custos e preservar seu conhecimento tecnológico.
Com o fim do desenvolvimento de um novo motor próprio para a temporada 2026 da Fórmula 1, a Alpine anunciou a transição para se tornar equipe cliente de motores da Mercedes, compromisso que deve se estender até pelo menos 2030. Segundo Famin, o CEO da Renault, Luca de Meo, optou por encerrar o projeto do novo motor, devido ao custo elevado de uma unidade de potência totalmente independente. “Até 2025, o limite é de 95 milhões de dólares, subindo para 135 milhões a partir de 2026. Esse valor é muito alto. Para se manter competitivo, seriam necessários investimentos de cerca de um bilhão de dólares em um ciclo de quatro a cinco anos”, explicou Famin à Auto Hebdo.
Famin destacou que a decisão de adotar motores (e câmbio) fornecidos pela Mercedes, representa uma vantagem significativa em termos de custo, uma vez que o valor do aluguel de motores é limitado a 17 milhões de dólares por ano. Ele também mencionou tentativas de aumentar esse limite, que inicialmente era de 15 milhões, mas o valor não subiu o suficiente para tornar o projeto economicamente viável. “Havia muitos de nós na mesa apoiando o aumento, mas nem todos concordaram, então o valor ficou em 17 milhões, o que ainda não é o ideal”, acrescentou.
Sobre a possibilidade de vender a IP do motor desenvolvido pela Alpine para 2026 até momento, para a Cadillac ou outras montadoras, Famin foi categórico: “Não vamos vender nossa IP, porque o know-how de Viry é seu capital. Queremos preservar nosso valor para projetos futuros. Não faz sentido ajudar um concorrente a nos superar”. Ele ainda esclareceu que a Alpine não considera ceder o controle das operações em Viry-Chatillon a terceiros, como o projeto Andretti-Cadillac, reiterando: “Isso está totalmente fora de questão.”
Com essa decisão, a Alpine mantém o controle exclusivo de sua tecnologia, alinhando-se à estratégia de redução de custos e eficiência, enquanto reforça seu compromisso com a competição no cenário da Fórmula 1 sem comprometer sua independência tecnológica.