F1: Aston Martin constrói seu próprio túnel de vento e não precisa mais utilizar o da Mercedes

A Fórmula 1 é um esporte de muita colaboração, mas também de extrema competição e concorrência. Ao mesmo tempo que as equipes trabalham juntas em alguns aspectos, como o desenvolvimento de pneus e regulamentos, elas guardam seus segredos de desempenho a sete chaves.

Um exemplo interessante dessa relação de colaboração e rivalidade, era a parceria entre a Mercedes e a Aston Martin, na qual a equipe britânica utilizava o túnel de vento do forte time de Toto Wolff. Porém, essa parceria recentemente chegou ao fim, com a Aston Martin inaugurando seu próprio túnel de vento.

A construção do próprio túnel de vento significa o fim de uma era para a Aston Martin, que agora terá total autonomia sobre seus testes aerodinâmicos. Anteriormente, a equipe precisava utilizar uma porta específica para acessar o túnel da Mercedes, evitando qualquer suspeita de espionagem industrial.

O diretor de performance da Aston Martin, Tom McCullough, explicou a importância da separação das equipes para garantir a confidencialidade dos dados: “A FIA é bastante rigorosa e faz muitas inspeções. Dominic Harlow (chefe de auditoria técnica da F1) visita frequentemente as equipes. Mas para nós com a Mercedes, era absolutamente fechado para um lado e aberto para o outro. Portas de acesso diferentes, pessoas diferentes conduzindo as sessões. Então, eu acho que do ponto de vista da confidencialidade, obviamente a relação que temos com a Mercedes é muito robusta por esse lado”, disse ele.

Apesar do fim da utilização do túnel de vento da Mercedes, a parceria entre as duas equipes deve continuar em outras áreas. A Aston Martin ainda utiliza motores e outros componentes da Mercedes, e as duas equipes podem colaborar em questões técnicas que não violem as regras da FIA.

Essa decisão da Aston Martin de construir seu próprio túnel de vento levanta questões sobre o futuro das parcerias técnicas na Fórmula 1. Será que outras equipes seguirão o mesmo caminho e buscarão independência total em seus processos de desenvolvimento? Ou as parcerias continuarão a existir, desde que sejam respeitadas as regras de confidencialidade?

O tempo dirá como essa mudança de cenário afetará a dinâmica da Fórmula 1, mas uma coisa é certa: a independência tecnológica parece ser a nova tendência na principal categoria do automobilismo mundial.



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