Gabriel Bortoleto vai fazer sua estreia na Fórmula 1 na temporada 2025 defendendo a Sauber. E a equipe suíça por muitos anos tem sido a porta de entrada para os rookies na principal categoria do automobilismo – alguns com grande sucesso, outros, nem tanto.
Alguns nomes que chegaram a passar pelo time durante seus primeiros anos no grid foram Kimi Räikkönen e Charles Leclerc. Inclusive, ambos pilotos mostraram valor e assinaram com a Ferrari em suas carreiras.
Entretanto, outros competidores se despediram do pelotão com poucos sucessos em seus caminhos na F1 – mais recentemente, Zhou Guanyu pode ser um exemplo.
Agora, a questão é saber em qual dos dois grupos o brasileiro vai se encaixar. Gabriel chega já com dois importantes fatores a seu favor: além de ser gerenciado pela A14 Management, empresa de Fernando Alonso, é o campeão da temporada 2024 da Fórmula 2, batendo nomes como Isack Hadjar, Kimi Antonelli e Oliver Bearman, que também estarão no grid em 2025.
E não apenas isso, Bortoleto conseguiu o caneco na F2 em seu ano de estreia e exatamente um ano após ter conseguido ser campeão da Fórmula 3 – também em seu ano de début.
Seu sucesso nas categorias de base o colocam em uma seleta lista de pilotos que conseguiram alcançar o mesmo feito e que incluí Leclerc, George Russell e Oscar Piastri.
Mas mesmo com talento comprovado já nos campeonatos anteriores que disputou, o desafio vai ser com a própria Sauber. Com Zhou e Valtteri Bottas em 2024, a equipe conseguiu pontuar em apenas uma de 24 etapas, encerrando o ano com quatro tentos e na última colocação de Construtores.
O brasileiro de 20 anos, então, se junta ao projeto da equipe muito além do que a Sauber tem a oferecer, já que a Audi assume o time a partir de 2026. Mas Mattia Binotto, chefe de operações e diretor-técnico, já apontou que levarão anos até serem competitivos.
“Não é só escalar uma grande montanha, é escalar o Everest. Levará vários anos. Nosso objetivo é, até o final da década, conseguir lutar pelos campeonatos”, apontou o dirigente no início do ano.
Portanto, a preocupação de Gabriel não é sobre seu talento, mas se será capaz de mostrar do que é capaz. A Sauber, desde 2009, teve uma sexta colocação no campeonato como seu melhor resultado e nos dois últimos anos, somou apenas 20 pontos.
Os dois últimos rookies que competiram pela equipe – Antonio Giovinazzi e Zhou – passaram três anos cada correndo no fundo do pelotão antes de serem cortados pelo time. Ainda, outros nomes que podem ser trazidos de outros novatos com poucos resultados são Esteban Gutiérrez e Felipe Nasr nos anos 2010.
Bortoleto ainda dividirá os boxes da Sauber com Nico Hülkenberg, que já está com 37 anos. Portanto, o brasileiro vai estar em uma boa posição para assumir a liderança da equipe nos próximos anos caso se torne competitivo.
Portanto, escapando de acidentes, mantendo o carro inteiro e cruzando a linha de chegada, Gabriel já dá um passo importante em sua carreira na F1 em um carro pouco competitivo. E caso conquiste a confiança da Audi, pode ser o passo de uma jornada de longa duração no grid da categoria, algo que Bortoleto tem total capacidade para fazer.