Valtteri Bottas viveu uma reviravolta amarga no final da temporada 2024 da Fórmula 1. Apesar de ter assinado um contrato para continuar na Sauber em 2025, a equipe optou por uma mudança de rumo ao anunciar Gabriel Bortoleto, campeão da Fórmula 2, como companheiro de Nico Hülkenberg na transição da equipe para a Audi.
A decisão pegou Bottas de surpresa, já que o piloto finlandês demonstrava confiança em sua permanência. Em setembro, durante o GP de Singapura, a imprensa suíço-alemã revelou que ele havia firmado um acordo de renovação com a Sauber. Algumas semanas depois, Bottas afirmou que estava “basicamente esperando pelo sinal verde” para garantir sua vaga no grid.
No entanto, o anúncio da contratação de Bortoleto, após o GP do Brasil, alterou os planos de Bottas. Segundo o chefe de equipe Mattia Binotto, a decisão de não renovar com o finlandês foi difícil, mas necessária para atender às demandas futuras da equipe.
“Primeiramente, me dou muito, muito bem com Valtteri. Desde que comecei aqui, em agosto, tivemos um ótimo relacionamento, construímos confiança mútua e estabelecemos uma boa comunicação entre nós. Tivemos várias conversas sobre a jornada, o tempo que levaria, as dificuldades que poderíamos enfrentar na próxima temporada. Sabemos que o próximo ano será difícil como equipe, nessa transição para a Audi F1”.
“É uma jornada longa, e acho que foi principalmente sobre a duração que refletimos muito juntos. Foi quando cheguei — e nós chegamos — à conclusão de que talvez precisássemos de um jovem piloto conosco. Portanto, foi realmente um entendimento mútuo, se não um acordo. Certamente um entendimento mútuo da situação, dos fatos e do que é necessário”.
“Mais do que isso, quero destacar que ele foi, sem dúvida, um candidato muito forte. Sei que ele é muito rápido. Sei que provou ser rápido, ainda está em ótima forma, conhece a equipe e é muito bem avaliado aqui e no paddock. Portanto, no geral, não foi uma decisão fácil, mas às vezes é preciso chegar a uma conclusão, tomar uma decisão e liderar.”
Sem vaga na Sauber, Bottas garantiu contrato com a Mercedes como piloto reserva, equipe na qual conquistou dez vitórias entre 2017 e 2021. Em retrospecto, o finlandês admitiu que sua mudança para a Sauber, em 2022, foi um erro.
“Absolutamente não. Se pudesse voltar três anos no tempo, teria ido para outro lugar. Infelizmente, é assim. Foi um grande erro, mas é difícil prever essas coisas com antecedência”, disse ao jornal finlandês Ilta Sanomat.
Bottas ainda lamentou a saída de Fred Vasseur, chefe de equipe que liderou o projeto inicial da Sauber: “Aquele primeiro ano com Vasseur foi bom. O espírito de equipe era bom e os resultados foram razoáveis”.
“Os últimos dois anos foram uma espécie de declínio contínuo. Claro, isso afeta minha imagem como piloto. Se você não consegue mostrar resultados, as pessoas meio que esquecem seu nome”.
“Esta temporada foi, sem dúvida, bastante assustadora. Quando estabelecemos metas com Vasseur em 2022 e como alcançá-las, tínhamos um plano claro. Mas depois que ele saiu, todos os objetivos e planos foram para o lixo. Desde então, tem sido significativamente mais desafiador.”