Lewis Hamilton já foi comparado diversas vezes à Michael Schumacher. Desta vez, a comparação vai além dos títulos e números impressionantes de vitórias – o britânico foi comparado ao alemão em sua volta para a F1 em 2010. Ross Brawn, diretor esportivo da categoria, admite que a situação atual de Hamilton na Mercedes, de fato, lembra a de Schumacher alguns anos atrás.
A equipe alemã entrou otimista para a temporada de 2022, trazendo um design mais radical para o W13 quando comparado ao de outras equipes. No entanto, as coisas não saíram como esperado, e depois de oito anos de vitórias consecutivas no campeonato de construtores, desta vez o título parece estar caminhando para as mãos da Red Bull. Desde o início do ano, a equipe vem sofrendo com um desempenho decepcionante, não conquistando uma única vitória até o momento – com apenas seis corridas restantes.
Os pilotos, Lewis e George Russell, ocupam o P6 e P4 respectivamente. O heptacampeão mundial possui 168 pontos, com seu companheiro de equipe 35 pontos à frente. Brawn acredita que Hamilton está nos estágios finais de sua carreira na F1, e acha que existe um motivo para ele estar sendo derrotado por Russell. Ele conta isso ao F1-Insider.com: “Lewis está no crepúsculo de sua carreira.
“Mas isso não significa que acabou. Este ano, pela primeira vez em muito tempo, ele tem um carro com o qual não pode vencer. Então ele está colocando muita energia para mudar isso.
“Desta vez, para ele, é uma espécie de teste de caráter. É possível que seu companheiro de equipe, George Russell, esteja mais ambicioso nas corridas por causa disso.”
Quando Schumacher retornou à F1 em 2010 após sua pausa em 2006, Brawn era o chefe de equipe da Mercedes. Sendo assim, ele consegue ver semelhanças entre os dois heptacampeões mundiais, e o atual desafio de Hamilton.
“Você pode comparar um pouco a situação de Lewis com o retorno de Michael com a Mercedes.
“Como piloto, você sempre tem que decidir se quer fazer parte da solução ou do problema. Michael redefiniu seu papel na época, então ele fez parte da solução e ajudou a construir a equipe que venceu oito vezes o título de construtores seguidos.
“Ele se sacrificou, por assim dizer, pelo futuro da equipe e desempenhou um papel decisivo na fundação de seu sucesso.”
Na volta de Michael, ele certamente não teve os êxitos que teve com a Ferrari alguns anos antes, mas, ainda assim, o diretor esportivo acha que ele era muito rápido.
“Ele ainda era absurdamente rápido.
“Ele provou isso em 2012 com a pole position em Mônaco. Você não consegue isso se não tiver aquela habilidade especial. E semelhante a Lewis com George Russell, Michael tinha um jovem companheiro de equipe com Nico Rosberg, que era insanamente bom.
“Nico também foi subestimado na época. Todos pensavam que ele era apenas a segunda escolha, mas ele era um cara durão, muito ambicioso e depois se tornou campeão do mundo contra Lewis.”