F1: Briatore comenta sobre sua nova função na categoria

O controverso ex-chefe da antiga equipe Benetton de F1, Flavio Briatore, estará para sempre associado não apenas à ascensão de sua equipe ao topo da categoria com Michael Schumacher e Ross Brawn em meados da década de 1990, onde conquistaram dois títulos, mas também a eventos na Renault (ex-Benetton) uma década mais tarde.

Dez anos depois de uma dobradinha de título Benetton/Schumacher, Briatore repetiu esse feito com a Renault e Fernando Alonso em 2005, e manteve os dois campeonatos na temporada seguinte.

Mas depois que o espanhol passou uma temporada fora com uma malfadada primeira mudança para a McLaren, ele voltou à Renault em 2008, o ano do infame ‘Crashgate’ no Grande Prêmio de Singapura.

Por sua parte nesse caso vergonhoso, Briatore foi inicialmente banido indefinidamente da F1 antes que essa decisão fosse anulada em 2010, mas ele disse na ocasião que não voltaria à categoria.

No entanto, doze anos depois, o extravagante italiano de 72 anos é frequentemente visto no grid antes das corridas, e isso porque, conforme foi informado em março, ele agora tem uma função no lado comercial da Fórmula 1.

“Meu contato com Bernie (Ecclestone) nunca foi interrompido”, disse Briatore ao Sport Bild. “Nem meu contato com o Stefano (Domenicali, CEO da F1). Sou amigo íntimo de Stefano e só voltei por causa dele.”

O Sport Bild também informou que o escritório de Briatore nos circuitos da F1, fica ao lado do de Domenicali.

“A Fórmula 1 mudou com a aquisição da Liberty Media nos últimos anos, para melhor”, acrescentou Briatore, que começou como diretor comercial na Benetton antes de ser nomeado chefe da equipe.

“No momento as corridas são mais emocionantes por causa das mudanças nos carros. Mas o ambiente também é diferente. Todo o entretenimento para patrocinadores e convidados especiais já é bom, mas quero elevar o nível com a minha experiência”, disse Briatore.

Grande parte do portfólio de negócios de Briatore atualmente, é baseado na indústria de restaurantes.

“Temos 1.300 funcionários em todo o mundo”, disse ele. “Stefano me perguntou se eu poderia trazer meus contatos e experiência da minha vida profissional para a nova Fórmula 1. Não hesitei um segundo.”

“Posso trazer toda essa experiência e contatos mundiais. Não importa se são negociações com novos patrocinadores e pistas de corrida, ou o atendimento especial de convidados especiais.”

“Eu faço isso para Stefano por diversão. Coloquei gerentes em todos os lugares dos meus negócios e não quero mais cuidar de tudo sozinho. Eu já fiz isso tempo suficiente. Estou feliz e encantado por estar de volta à Fórmula 1, me sinto um pouco em casa”, acrescentou.

O famoso ‘Crashgate’ no GP de Singapura em 2008, que baniu Briatore da F1, foi uma decisão da então equipe Renault, chefiada por Briatore naquela época, pedindo para que seu piloto, Nelsinho Piquet, batesse no muro de propósito, para provocar um Safety Car, que realmente foi acionado, e dessa forma ajudar o outro piloto da equipe, Fernando Alonso a vencer a corrida, utilizando a estratégia de apenas uma parada (que ele havia acabado de realizar), contra duas dos demais concorrentes. O espanhol venceu a corrida, graças a essa ‘estratégia’.

Todo o caso passou despercebido, com todos acreditando tratar-se de um acidente de corrida, porém, na metade da temporada seguinte, em 2009, Piquet Jr. foi demitido da equipe devido a fracos resultados, e foi quando o jornalista Reginaldo Leme descobriu e revelou a história, após longas conversas com o piloto e seu pai, o tricampeão de F1, Nelson Piquet.

A partir daí a FIA iniciou suas investigações e acabou concluindo que realmente Briatore e o ex-diretor de engenharia da equipe, Pat Symonds, haviam dado a ordem para Piquet Jr. bater propositalmente.

O resultado disso, foi o banimento de Briatore e Symonds da F1 e a demissão dos dois pela Renault. Porém esses banimentos já foram revogados e Briatore está de volta na categoria em sua nova função.

Na ocasião, nem Piquet Jr., nem Alonso sofreram punições. Nelsinho não foi punido por ter colaborado e sido peça fundamental na investigação da FIA, e contra Alonso não foram encontradas provas de seu envolvimento direto no caso.