O CEO do grupo Renault, Luca de Meo, afirmou que se não tivessem decidido encerrar o programa de motores na Fórmula 1, a Alpine iria “colapsar em dois anos”.
Recentemente a marca anunciou que irá se tornar uma equipe cliente de unidades de potência a partir de 2026, e, apesar de muitas críticas e protestos da fábrica em Viry-Châtillon, De Meo defende que essa foi a decisão certa.
“Estamos em uma espiral descendente há três temporadas”, disse De Meo. “Mais dois anos assim, e o projeto iria colapsar completamente. Tivemos que fazer algo para mudar.”
Segundo o CEO, a 9ª colocação no campeonato de construtores resultou na perda de patrocínios para a equipe, trazendo grandes consequências financeiras.
“Estamos perdendo bônus e patrocinadores por causa de nossa classificação”, acrescentou De Meo. “Parecemos ridículos com posições de 16º e 17º. Estamos perdidos.”
“Tivemos que repensar o projeto para finalmente vencer. Sou gestor de uma empresa de capital aberto e preciso tomar decisões que sejam melhores para os negócios.”
Apesar de admitir a situação desafiadora, De Meo afirmou que não planeja vender a equipe.
“Li que ele [Flavio Briatore] supostamente veio para reestruturar o projeto para, no final, vender a equipe,” reconheceu De Meo. “Isso é completamente falso. Não o trouxe para sair da Fórmula 1”.
“Vejo as vantagens para nós de estarmos na Fórmula 1. Flavio está no coração da revitalização do projeto. Estamos reorganizando a equipe e focando em Enstone”.
“A cada quinzena, recebo ligações de financiadores, excêntricos, que querem entrar na F1. Eles sabem que depois de 2026 será muito mais caro. Se eu vender a equipe por um bilhão, eles poderiam revendê-la em um ano pelo dobro ou triplo disso. Eles sabem que uma equipe valerá de três a cinco bilhões.”
“Não vou vender, não sou estúpido”, continuou. “Estar na F1 é essencial para a marca Alpine. Estamos em um clube fechado. Isso traz credibilidade para a marca entre os fãs de automobilismo. Não precisamos do dinheiro.”