Ayao Komatsu, chefe da Haas na Fórmula 1, fez um alerta importante sobre a necessidade de expansão da equipe. Apesar do sétimo lugar no campeonato de construtores na última temporada, o melhor resultado da Haas desde 2018, Komatsu afirma que o ritmo atual de trabalho não é sustentável e pode levar ao colapso da equipe.
A Haas alcançou esse resultado expressivo com uma equipe muito menor em comparação com rivais como a Williams, que possui cerca de 1000 funcionários. Komatsu se orgulha da ética de trabalho da Haas, mas adverte que exigir tanto de todos não é sustentável em um calendário de 24 corridas.
“Não acho que seja sustentável, basta olhar para nossos números, 330 pessoas, não é nada”, disse Komatsu ao Racer.com. “O que é incrível nesta equipe é que estamos pedindo muito de todos. As pessoas estão fazendo um, dois ou três trabalhos”, disse ele, que elogiou o desempenho da equipe nos testes em Jerez, mas ressaltou que isso só é possível porque as pessoas se esforçam ao máximo, sendo proativas e pensando no futuro. “Mas me sinto mal, não posso confiar nisso como base, isso não é sustentável. Não podemos levar as pessoas ao esgotamento”, afirmou.
Komatsu destacou que a equipe precisa aumentar sua capacidade de recursos, para alcançar seus objetivos sem que os funcionários se sintam à beira do colapso. “Toda vez que tentamos melhorar, no momento em que você pensa que está estabilizado, estamos fazendo mais, estamos fazendo melhorias. É desafiador para todos”, acrescentou.
Para 2025, a Haas terá uma nova dupla de pilotos, com a saída de Nico Hulkenberg para a Sauber e a não renovação do contrato de Kevin Magnussen. Esteban Ocon, ex-piloto da Alpine, e o estreante Oliver Bearman, considerado um futuro piloto da Ferrari, serão os responsáveis por defender a equipe nesta temporada.
A Haas terá um impulso extra em seus esforços de evolução, pois operará dentro do teto de custos, sem investimento do proprietário Gene Haas. Komatsu afirmou que esses desenvolvimentos, juntamente com a melhora da equipe na última temporada, motivaram o time a buscar o sexto lugar em 2025.
“Sim, as pessoas estão motivadas porque todas essas coisas (recrutamento e orçamento) são positivas, elas podem ver a equipe avançando, é por isso que elas se esforçam mais”, continuou. “Mas ao mesmo tempo, nós, como alta gerência, precisamos garantir que fornecemos um ambiente e recursos que sejam sustentáveis.”
Komatsu reconheceu que ainda há muito a ser feito: “Terminamos em P7 e falamos sobre a meta deste ano. Sim, a meta é P6, mas mesmo lutar por P6, P7, lutar pela mesma posição seria uma grande conquista”, afirmou.
Na temporada passada, a Haas parecia estar no caminho certo para atingir essa meta, até que a Alpine reagiu, com um pódio duplo no Brasil, ultrapassando a equipe americana. Apesar disso, Gene Haas elogiou os esforços da equipe, o que surpreendeu Komatsu.
“Gene ficou muito feliz no final da temporada passada”, relembrou. “Honestamente, pensei que ele ficaria infeliz por não termos conseguido o P6, mas em Abu Dhabi terminamos a corrida e então agradeci aos caras, e quando saí dos fundos da garagem, já tinha uma mensagem de Gene nos parabenizando. Então, foi muito bom ouvir isso. Liguei para ele e ele disse: ‘Muito parabéns, é uma conquista incrível’. O que honestamente não se ouve com frequência de Gene! Fiquei agradavelmente surpreso e grato por seus comentários. Mas é claro, ele é muito competitivo, ele quer mais, então sim, ele está lá, sempre me pressionando para definir uma meta ambiciosa, mas meu trabalho é tentar definir uma meta realista”, completou Komatsu.