Carlos Sainz nasceu destinado a ser um corredor. Seu pai, que carrega o mesmo nome, é bicampeão mundial de rali, e não é exagero dizer que velocidade corria pelo seu sangue desde o momento em que nasceu. O jovem acompanhava o pai nas pistas, sentindo a poeira no ar desde muito cedo. No entanto, Carlos Sainz preferiu as pistas asfaltadas da Fórmula 1 aos traçados desafiadores do rali.
Na categoria mais alta do automobilismo, a carreira do espanhol começou em 2015, quando estreou na F1 pela Toro Rosso, ao lado de Max Verstappen. Juntos, formaram a dupla de pilotos mais jovens da história da categoria. O holandês foi o melhor dos dois durante o período em que foram colegas de equipe, sendo transferido para a Red Bull no ano seguinte, onde está até hoje carregando três títulos mundiais.
Sainz ficou na Toro Rosso de 2015 a 2017, e teve sua melhor temporada pela equipe em 2017, quando terminou em 9º no campeonato. Naquele ano, o espanhol foi anunciado para fazer parte da Renault a partir de 2018, no entanto, sua estreia para a equipe foi antecipada e ele terminou sua terceira temporada na F1 com a equipe francesa, ao lado de Nico Hülkenberg.
A passagem de Carlos pela Renault foi notável, apesar de breve. Nas primeiras oito corridas de 2018, o espanhol se qualificou entre os dez primeiros em todas e pontuou em nove. Ele terminou seu ano com a Renault na 10ª colocação, com 53 pontos, pontuando em treze das dezenove corridas que terminou. Ao final do ano, a Renault optou por trocá-lo por Daniel Ricciardo, que estava de saída da Red Bull. Mas Sainz conseguiu garantir uma vaga na McLaren após Fernando Alonso anunciar sua aposentadoria.
Com isso, Carlos se juntou a equipe papaia para a temporada de 2019, na qual garantiu o 6º lugar no campeonato. Foi no GP do Brasil daquele ano que Sainz conquistou seu primeiro pódio da categoria. O espanhol havia começado da última posição no grid, e na penúltima volta garantira o 5º lugar.
No entanto, o destino havia preparado mais para Carlos. Após Alex Albon e Lewis Hamilton se envolverem em um incidente, Sainz conseguiu avançar para a quarta colocação. E, devido a uma punição para Hamilton, ele foi promovido ao 3º lugar, garantindo assim seu primeiro pódio.
Em 2020, o espanhol ficou a poucos passos da sua primeira vitória. No GP da Itália, Sainz avançou para o 2º lugar, e depois passou a perseguir Pierre Gasly, que liderava. No entanto, seus esforços não foram suficientes para alcançá-lo, e foi a vez do francês vencer sua primeira corrida. Esse foi o primeiro pódio “de verdade” de Carlos. Sainz terminou em 6º lugar mais uma vez, com 105 pontos e à frente de seu companheiro, Lando Norris.
Já em maio de 2020, foi anunciado que Carlos Sainz iria para a Ferrari em 2021, ano que se tornaria uma de suas melhores temporadas na F1. Apesar de inúmeros problemas de motor com a equipe italiana, o espanhol marcou presença em quatro pódios: Mônaco, Hungria, Rússia e Abu Dhabi, e terminou o campeonato à frente de seu companheiro Charles Leclerc.
Em 2022, no entanto, Sainz não conseguiu repetir o feito, apesar de garantir sua primeira pole position e sua primeira vitória no GP da Inglaterra. Leclerc ficou em segundo no campeonato mundial, enquanto o espanhol terminou em quinto, devido a problemas em seu carro, estratégias falhas e seus próprios erros. No entanto, o “Smooth Operator” – apelido dado pelos fãs após Sainz cantar a música de Sade no GP da Hungria de 2020 – conquistou nove pódios no total, seu maior número até agora.
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Carlos Sainz cantando “Smooth Operator” no GP do Brasil de 2019
Seu contrato foi estendido por mais dois anos, e em 2023 o espanhol garantiu mais uma vitória, em Singapura, e foi o único piloto sem ser da Red Bull a vencer naquela temporada. No entanto, em fevereiro de 2024, a Ferrari anunciou a nova parceria com Lewis Hamilton e a saída de Carlos Sainz da equipe a partir de 2025.
No segundo grande prêmio da temporada, na Arábia Saudita, Sainz foi substituído por Oliver Bearman devido à urgência de uma cirurgia de apendicite. No entanto, na corrida seguinte, na Austrália, o espanhol conquistou sua terceira vitória na F1, liderando a dobradinha da equipe, com Leclerc cruzando a linha de chegada em segundo.
Sainz conta com cinco pódios nesta temporada, além do 1º lugar na Austrália, o espanhol conseguiu terceiros lugares no Bahrein, em Miami, Mônaco e na Áustria. Carlos está em 5º lugar no campeonato, e até o GP da Bélgica, seu futuro na F1 ainda era incerto, sem uma equipe para a qual pilotar em 2025.
No entanto, nesta segunda-feira (29) após o início das férias de verão, o anúncio foi feito. Carlos Sainz irá pilotar para a Williams em 2025. Este será o início de uma nova fase na carreira do piloto espanhol, que terá a oportunidade de mostrar seu talento na equipe britânica.
E a Williams agora tem a bordo um piloto que já experimentou o sucesso, e assim reforça sua line-up enquanto se prepara para um novo capítulo, no qual espera voltar a trilhar o caminho para o pódio, para as vitórias e para os títulos mundiais.