F1: De Vries detalha seu longo caminho até chegar na AlphaTauri

Nyck de Vries sempre manteve o sonho de se tornar piloto de Fórmula 1, mas houve momentos em que quase desistiu desse sonho. O próprio piloto falou sobre isso no podcast ‘Tauri Talk’.

De Vries chegou à F1 por caminhos um tanto incomuns. Quando mudou para a Fórmula 2 vindo da GP3 (atual Fórmula 3) em 2017, tudo ainda parecia correr conforme o planejado, mas em 2018 ele não conseguiu terminar entre os três primeiros na classificação, e viu outros pilotos subirem para a Fórmula 1. No ano seguinte , ele conquistou o título, mas esse desempenho não foi recompensado com uma vaga na categoria top do automobilismo.

Quatro anos depois, o holandês vê afinal o seu grande sonho concretizado. Nesse meio tempo ele conquistou o título na Fórmula E na temporada 2020-2021, e trabalhou como piloto de testes e reserva da Mercedes na F1. Nessa qualidade, uma oportunidade surgiu no GP da Itália de 2022, quando Alexander Albon adoeceu e De Vries foi seu substituto na Williams naquele final de semana em Monza, onde conquistou um excelente P9.

Sua participação nesse GP impressionou Helmut Marko o suficiente para lhe render uma vaga de piloto titular na AlphaTauri em 2023. “Sou um dos caras mais velhos do grid, e tive uma longa jornada para chegar aqui”, disse De Vries. “Como todos os jovens pilotos, comecei minha carreira no Kart. Na verdade, cresci com muitos dos pilotos atuais da F1. Sinto que faço parte dessa geração.”

Em 2010, ele entrou para o programa de treinamento da McLaren. “Acho que, na época, o momento era muito bom porque Lewis havia acabado de fazer sua estreia na Fórmula 1 e essa foi obviamente uma história de muito sucesso. Portanto, muitas equipes da categoria estavam interessadas em pilotos jovens e os procuravam desde pouca idade, para replicar uma história de sucesso semelhante”, disse De Vries.

No entanto, as temporadas seguintes nas categorias juniores não foram particularmente boas para De Vries, o que ele disse ser em parte devido ao fato de estar fisicamente atrás dos demais. “Acho que fisicamente eu era bastante subdesenvolvido. Eu desabrochei tarde, então tinha 17 anos, mas provavelmente meu corpo parecia ter 14”. No entanto, ele acabou triunfando na Fórmula Renault, após o que terminou em terceiro na Fórmula Renault 3.5. No entanto, isso foi seguido por uma temporada difícil na GP3.

Quando ele inicialmente parecia ter um grande futuro na McLaren, foi Lando Norris quem acabou progredindo para a F1. De Vries perdeu o apoio financeiro da equipe de Woking no final de 2016. “Daquele ano em diante, eu passei por um momento muito difícil, porque basicamente não tinha como continuar minha carreira, pois não havia apoio financeiro e eu não sabia como continuar”, afirmou.

Ele pensou em desistir do sonho da F1, mas conseguiu garantir uma vaga na F2 no último minuto em 2017, com a ajuda de Ricardo Gelael, pai do também piloto, Sean Gelael. Sua primeira temporada na categoria foi principalmente sobre sobrevivência e garantir que ele pudesse continuar correndo em monopostos.

O ano seguinte foi extremamente competitivo com pilotos como George Russell, Lando Norris e Alex Albon, terminando à frente dele no campeonato e avançando para a F1. De Vries ficou para trás e, embora tenha conquistado o título um ano depois, a F1 não tinha lugar para ele naquele momento. No entanto, a Mercedes ofereceu-lhe um contrato como piloto de testes e reserva.

No entanto, ainda levaria alguns anos até que De Vries tivesse sua tão esperada chance na F1. Nesse ínterim, ele correu na classe LMP2 do Campeonato Mundial de Endurance (WEC) e participou das 24 Horas de Le Mans quatro vezes, sendo seu melhor resultado um quarto lugar em 2022. Porém, seu maior sucesso foi na Fórmula E, onde se tornou campeão na temporada 2020-2021.

 

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