F1: De Vries relembra seu período difícil na AlphaTauri

Nyck de Vries falou sobre a ‘pressão dobrada’ que sentiu durante sua curta passagem pela Fórmula 1 com a equipe irmã da Red Bull Racing em 2023. Após pontuar em sua estreia como piloto substituto na Williams em Monza em 2022, De Vries garantiu um contrato com a então AlphaTauri (atual Racing Bulls), onde se esperava que ele se tornasse o líder da equipe ao lado do companheiro menos experiente, Yuki Tsunoda.

No entanto, Tsunoda superou De Vries consistentemente em um carro AT04 pouco competitivo, resultando na demissão do holandês após apenas dez corridas em sua temporada de estreia. O consultor da Red Bull, Helmut Marko, afirmou anteriormente, que a escolha de De Vries para substituir Pierre Gasly foi o ‘maior erro’ que ele já cometeu. “Meu maior erro? Esse foi, sem dúvida, Nyck de Vries”, disse Marko à Autosprint italiana. “Ele se saiu muito bem em sua estreia pela Williams em Monza. Ele também tinha um currículo incrível. Ele foi campeão na Fórmula 2 e campeão na Fórmula E. Mas para nós, o cronômetro disse que Nyck de Vries foi a escolha errada.”

De Vries relembrou a batalha mental que enfrentou na F1. “É claro que você tem a mídia e, portanto, a pressão externa, mas você também tem a pressão interna”, disse ele no podcast Cool Room. “Cada equipe lida com isso de maneira diferente. Então você sente pressão dupla. Onde quer que você vá, parece que eles estão te observando. Eu não diria que parece que eles estão te atacando, mas você sente isso 24 horas por dia, 7 dias por semana, sobre escreverem e falarem sobre você. Você se move no paddock, naquele ecossistema, e todos sabem disso, e você não pode fugir disso. Mesmo que quisesse, não há como escapar. Eu apenas tentei ignorar e parei de ler qualquer notícia, mas você ainda sabe um pouco que está lá”, afirmou.

Após ser demitido por Marko, De Vries retornou à Fórmula E com a Mahindra, e admitiu que se tornou mais difícil operar no seu nível máximo em meio às incessantes perguntas sobre seu futuro. “Desde o segundo fim de semana, eu ouvia essas conversas. Toda vez que eu chegava à pista, tinha que falar sobre o assunto, e isso não me ajudou a ter o meu melhor desempenho”, acrescentou.

Mesmo assim, De Vries afirmou que não guarda rancor da Red Bull, citando que teve a sorte de ter outras categorias de corrida para retornar. “Foi desafiador”, disse De Vries, cuja passagem pela AlphaTauri terminou sem nenhum ponto marcado. “Eu também não tenho ressentimentos. Sou grato pela oportunidade que me foi dada. Vi meu sonho de infância se tornar realidade. Funcionou e se tornou um capítulo curto na minha carreira”.

“Tive sorte de já ter tido a chance de construir uma carreira antes da Fórmula 1. Às vezes acontece que os pilotos são promovidos para a Fórmula 1, e então há uma saída precoce e eles não têm nada para voltar. Eu já havia corrido na Fórmula E e no WEC, então isso facilitou a transição para essas categorias”, completou De Vries.